A pequena Alice Rodrigues, de 6 anos, morta a tiros após o carro da família ser confundido com o de criminosos rivais durante um ataque de facções na tarde do último domingo (24), na grande Vitória/ES, era natural de Teixeira de Freitas, na Bahia.
O crime ocorreu por volta das 17h30, quando Alice retornava da praia com os pais, Keique Rodrigues, 26 anos, e Leiza Rodrigues, 25 anos, que está grávida de oito meses. O veículo em que estavam, um Peugeot cinza escuro, foi alvo de diversos disparos efetuados por ocupantes de um Fiat Argo branco.
O pai foi atingido de raspão nas costas e a mãe, na cabeça, mas ambos foram socorridos e liberados após atendimento médico. Alice, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Municipal Materno Infantil (HMMI) da Serra.
Naturais de Teixeira de Freitas (BA), os pais de Alice moravam há três anos no Espírito Santo. Amigos e vizinhos relataram o carinho que todos tinham pela menina.
“Ela era como filha de todos nós aqui da rua, nosso xodó. Estavam voltando da praia, sem chance de defesa. O pai só gritava por misericórdia, mas os criminosos atiraram sem parar”, contou o pedreiro Joaquim Oliveira Guimarães, vizinho da família.
Carro da família atingido por tiros que amtou Alice— Foto: Reprodução/TV Gazeta
O amigo da família, João Marcos Tomasia Oliveira, disse que a criança era doce e querida por todos:
“Era uma menina sem maldade nenhuma. A dor é enorme, a vida perde o sentido depois de uma perda assim. Agora só pedimos justiça.”
O corpo de Alice foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Vitória na manhã desta segunda-feira (25) e será levado para velório e sepultamento em Teixeira de Freitas, onde vivem os familiares.
Segundo a Secretaria de Segurança, o ataque foi resultado de uma disputa entre as facções Primeiro Comando de Vitória (PCV) e Terceiro Comando Puro (TCP).
“Um olheiro identificou errado o carro da família como sendo de rivais. Esse erro custou a vida da criança”, afirmou o secretário de Segurança, coronel Alexandre Ramalho.
Carro usado no crime apresentava marcas de tiros de dentro para fora, espírito santo — Foto: Reprodução/ TV Gazeta
Na cena do crime, policiais encontraram cápsulas de munição de diferentes calibres, uma touca-ninja e até uma granada caseira, que precisou ser recolhida pelo Esquadrão Antibombas.
Após operações da Polícia Militar e da Polícia Civil, seis pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no crime. Entre elas estão: dois supostos mandantes, a esposa de um deles — que é advogada —, um dos atiradores, um olheiro e o responsável pela fuga.
A Polícia segue investigando o caso e não divulgou a identidade dos detidos