Um episódio incomum no Cemitério Santo Estêvão, localizado em Ponte dos Carvalhos, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, gerou repercussão nas redes sociais nesta semana. Imagens que circulam na internet mostram um cadáver em decomposição posicionado de pé, encostado em uma parede, em um dos corredores de gavetas do cemitério. O caso ocorreu na última terça-feira (15).

Segundo informações da Prefeitura do Cabo, o corpo havia sido retirado indevidamente de sua gaveta por um coveiro durante o expediente normal da unidade. A administração municipal classificou o episódio como um "ato de vandalismo" e informou que o servidor, além de toda a equipe presente no momento, foi afastado de suas funções.

Entenda o caso
De acordo com o apurado pelo Diario de Pernambuco, o corpo estava alocado há três anos em uma gaveta rotativa — tipo de sepultamento temporário com permanência média de dois anos. Após esse período, espera-se que o corpo esteja totalmente decomposto, permitindo a retirada dos ossos para posterior entrega à família.

No entanto, em 2024, durante uma tentativa anterior de remoção, foi constatado que o cadáver ainda não havia se decomposto por completo, sendo mantido na gaveta por mais tempo. Na última terça-feira, ao ser novamente avaliado, o corpo foi retirado do compartimento por engano e, em vez de ser manuseado conforme os protocolos, foi deixado em pé no corredor.

Providências adotadas
Em nota oficial, a Secretaria de Coordenação Regional e Serviços Públicos do município repudiou o ocorrido e informou a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar os fatos e responsabilizar os envolvidos. Veja trecho da nota:

“Assim que tomou conhecimento dos fatos, a Prefeitura iniciou imediatamente uma apuração interna e instaurou um inquérito administrativo. O coveiro responsável, concursado, e os demais servidores presentes no momento foram afastados de suas funções. A administração municipal reitera seu total repúdio a esse tipo de conduta e tomará todas as medidas cabíveis para a punição dos responsáveis.”

O corpo foi recolocado na gaveta, onde permanecerá por mais dois anos até uma nova avaliação.