Nesta segunda (21), as equipes da ADAB atuaram em Teixeira de Freitas, extremo sul da Bahia, quando foram apreendidas 92 mudas cítricas e depois destruídas. “As mudas eram oriundas de Minas Gerais, estado com ocorrência de pragas regulamentadas e que até o momento a Bahia é zona livre”, diz o fiscal estadual agropecuário Epaminondas Peixoto.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram a ação dos fiscais da ADAB quebrando as mudas que estavam sendo vendidas em um carro de uma avenida de nossa cidade. As imagens também mostram a revolta de algumas pessoas diante da truculência dos fiscais que impediram um pai de família ganhar seu pão honestamente, ainda mais no período de pandemia que o mundo vive.
Nesta quarta feira, 22 de setembro, o governo enviou reelese falando da ação dos fiscais da Agencia de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), em algumas cidades de fronteira com o estado a fim de coibir ocorrência de doenças como a HLB dos citros (Greening) e Cancro Cítr.
Segundo estado baiano em área plantada com cítricos, a Bahia exporta frutos frescos para diversos países com regras rigorosas para entrada de produtos e gera, a partir dos 38 mil hectares, cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos. Para preservar o diferencial do estado que se mantém livre de pragas importantes na lavoura, a ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) investe no monitoramento e fiscalização de sementes, mudas, estacas e borbulhas, material propagativo de doenças e que podem contaminar os plantios. Em vários pontos do estado, nas barreiras fixas e móveis, ou no comércio, as vendas têm sido fiscalizadas.
“A ocorrência de doenças como a HLB dos citros (Greening) e Cancro Cítrico está amparada pela legislação que obriga a erradicação de árvores, como aconteceu em São Paulo que teve que erradicar o equivalente a três vezes e meia o tamanho do parque citrícola baiano por causa do Greening, entre 2008 e 2019, portanto, ainda merecendo atenção de todos. Ou seja, foram eliminadas 55 milhões de árvores adultas. Os prejuízos são incalculáveis para a economia, o desemprego se multiplica e o meio ambiente é duramente atingido”, explica a coordenadora do Projeto Fitossanitário dos Citros, dra. Suely Brito.
Estratégia
Nesta terça (22) as equipes estão atuando no Posto do Rosário, divisa com Goiás, Território da Bacia do Rio Corrente e por onde entram diariamente no estado, dezenas de toneladas de cargas agropecuárias.
“A sanidade e qualidade são fundamentais para preservação do patrimônio fitossanitário e consequente produção de alimentos seguros, e que estejam compatíveis com a exigência dos mercados importadores internacionais” diz o responsável técnico de Trânsito Vegetal, Uilian Almeida.
“A maior estratégia de enfrentamento para HLB e Cancro Cítrico é o plantio de mudas sadias e de origem fitossanitária comprovada para evitar que o material propagativo esteja infectado pelas bactérias de forma assintomática e cause grandes estragos por aqui”, ressalta o diretor-geral da ADAB, Maurício Bacelar.
“A defesa agropecuária é uma política pública que pressupõe a responsabilidade compartilhada, por isso chamamos atenção da população para entender a questão e defender as cadeias produtivas do estado, não somente agricultores, transportadores e comerciantes de frutos e mudas, mas também a sociedade”, destaca Suely Brito.