Mudar a vida das pessoas através da pesquisa médica. Esse é um dos principais objetivos da jovem médica e pesquisadora, dra. Beatriz Duarte. Com apenas 28 anos, ela é professora da Medicina Zarns e fundadora do Instituto de Pesquisa em Populações Prioritárias (IRPP) e tem se destacado nacional e internacionalmente por sua atuação em saúde pública, doenças infecciosas e equidade em saúde.
Autora de estudos publicados em periódicos como The Lancet Regional Health – Americas e Nature Microbiology, Beatriz direciona sua carreira ao enfrentamento de doenças como a tuberculose e o HIV, especialmente em comunidades vulneráveis.
Em Manaus, a pesquisadora coordena um inquérito epidemiológico pioneiro que já avaliou centenas de indígenas urbanos no Parque das Tribos e em aldeias da região do Tarumã Açu. A iniciativa, realizada em parceria com a Fiocruz, a Faculdade Zarns e instituições locais, alia radiografias portáteis com inteligência artificial e testes rápidos para rastrear casos de tuberculose ativa, subclínica e infecção latente.
Os resultados preliminares revelaram mais de 14 casos ativos de tuberculose e dezenas de infecções, além do mapeamento de coinfecções como HIV, sífilis e hepatites. Segundo Beatriz, a proposta vai além do diagnóstico clínico. “Estamos construindo evidências científicas que podem subsidiar políticas públicas mais eficazes, mas também garantimos cuidado imediato às pessoas atendidas. É a união de tecnologia, ciência de ponta e acolhimento humanizado para reduzir desigualdades históricas em saúde”, afirma.
A pesquisadora também lidera projetos em comunidades indígenas da Amazônia, presídios e áreas de vulnerabilidade social, reafirmando o propósito do IRPP: transformar ciência em ação social. Suas iniciativas integram assistência médica, formação prática de estudantes de saúde e geração de evidências científicas capazes de influenciar políticas públicas no Brasil.
Pesquisa científica como meio de transformação social
A iniciativa em Manaus reforça o papel estratégico da pesquisa científica no enfrentamento de doenças negligenciadas e no fortalecimento da saúde pública brasileira. Ao levar diagnósticos de alta precisão e assistência médica a populações historicamente excluídas, o projeto contribui não apenas para melhorar a qualidade de vida das comunidades atendidas, mas também para a criação de modelos replicáveis de atenção em saúde que podem ser adotados em outras regiões do país.
Para a ciência, o estudo representa um marco de inovação, ao integrar tecnologias emergentes, como inteligência artificial aplicada a exames clínicos, com metodologias de campo adaptadas a contextos de vulnerabilidade. Esse modelo de pesquisa translacional, que transforma descobertas científicas em soluções práticas, fortalece a capacidade do Brasil de gerar conhecimento relevante e posiciona o país como referência internacional em saúde global, equidade e inovação médica.