O Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus (HRSAJ) realizou, nesta semana, uma múltipla captação de órgãos. Coração, córneas, fígado e rins foram captados após consentimento dos familiares de um paciente de 49 anos. Com a doação, seis pacientes que aguardavam na lista de espera para transplante foram beneficiados.

O processo da doação de órgãos envolve a Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) e equipe multidisciplinar da unidade, as quais são responsáveis pelo processo de doação desde a abordagem dos familiares e suporte emocional, até a organização das rotinas e protocolos necessários.

“Esta captação aconteceu em um mês significativo, mês de incentivo à doação de órgãos. É uma grande satisfação quando nós temos um aceite, uma resposta positiva da família, respeitando o desejo daquele paciente em vida, ou mesmo que ele não tenha sinalizado que seria um doador, mas a família, no momento de dor de uma perda, se solidariza com outras famílias de pacientes que estão em cadastro de espera para transplante”, afirmou a coordenadora do Serviço Social do HRSAJ, Elisângela Santos.

A profissional enfatizou a importância da doação de órgãos e quão significativo o gesto pode ser para o receptor. “É uma sensação enorme de que nós vamos salvar outras vidas, de que estamos contribuindo em dar continuidade a vida de outras pessoas que estão há muitos anos num cadastro, na espera de um órgão compatível”.

Setembro Verde

A campanha Setembro Verde é marcada pela sensibilização e incentivo à doação de órgãos. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), a Bahia está entre os estados em que a negativa familiar está entre os maiores índices do país, cerca de 60%. Atualmente, mais de 3.500 pessoas aguardam na fila única para transplante no estado.

Para ser doador de órgãos e tecidos, basta comunicar aos familiares o desejo. Não é necessário documentação ou material escrito.

Critérios técnicos

A lista de espera por um órgão funciona baseada em critérios técnicos, em que a tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados. Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica.

Além disso, algumas situações de extrema gravidade com risco de morte e condições clínicas de um paciente aguardando transplante também são determinantes na organização da fila do transplante. São eventos determinantes de prioridade na fila de doação: a impossibilidade total de acesso para diálise (filtração do sangue), no caso de doentes renais; a insuficiência hepática aguda grave, para doentes do fígado; necessidade de assistência circulatória, para pacientes cardiopatas; e rejeição de órgãos recentes transplantados.

Cabe destacar que a lista é única tanto para pacientes do SUS quanto da rede privada.