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Mouros e Cristãos são proibidos de entrar na igreja em Rancho Alegre

Por Neuza em 15/02/2016 às 14:30

No interior do Brasil pode-se ainda ver hoje em dia a dramatização da luta entre mouros e cristãos. A festa é precedida de missa e procissão, e atrai grande numero de participantes. Na região do extremo sul da Bahia essa tradição cultural é vista nas cidades de Prado, Alcobaça, Nova Viçosa e Caravelas. Diferente de outras regiões do Brasil que a festa acontece durante s festas juninas, aqui no extremo sul da Bahia, á festa é feita para reverenciar São Sebastião.

 

 

 

 

A festa de Mouros e Cristãos representa uma luta entre dois grupos, onde os cristãos tentam convencer os mouros a se converterem ao cristianismo. A dramatização tem início com a apresentação dos grupos e a troca de embaixadas, na qual o emissário do rei cristão propõe aos mouros que aceitem o cristianismo, e, mediante a negativa, declara-lhes guerra. A luta se desenvolve mediante a exibição de diferentes evoluções executadas pelos participantes, com a subsequente tomada de um castelo. Os participantes vestem trajes adornados – os cristãos, com cores azuis, e os mouros, com vermelho. As armas são lanças, espadas de madeira, garruchas ou pistolas. A evolução dos movimentos é permeada por insultos e desafios verbais, por música e bailados. Ao final, os mouros são invariavelmente vencidos, acabando por aceitar o batismo e converter-se.

 

Como se pode ver, a encenação de mouros e cristãos, nada mais é uma forma de reverencia á São Sebastião. Essa cultura perdura ao longo dos anos e mantida principalmente pela comunidade negra, que no final, encerra a festa com uma missa e uma procissão em homenagem ao santo de devoção.

 

Este ano, como em vários anos anteriores, moradores de Caravelas e da comunidade de Elvecia, distrito de Nova Viçosa se unem par manter acesa a tradição, conservando assim, suas raízes culturais. Na festa de São Sebastião que aconteceu este final e semana em Rancho Alegre, distrito de Caravelas, a atitude do padre que celebrou a missa revoltou os participantes dos mouros e cristãos quando não foi permitida a entrada deles na igreja.

 

"Revoltados” essa foi a palavra usada pelos integrantes dos grupos, "a gente brinca há muitos anos, mas esta é a segunda vez que somos proibidos de entrar na igreja”, disseram os capitães. O padre que ninguém soube dizer o nome, colocou a imagem do santo em uma mesa na porta da igreja para não deixar os componentes dos grupos entrarem, a pergunta agora é; se a igreja é a casa de Deus e os mouros e cristãos estão reverenciando o santo de devoção deles e a festa tem esse objetivo, porque proibi-los de entrar na igreja? Não falamos com o padre que por sinal é de Teixeira de Freitas porque não o encontramos, mas deixou aqui o espaço para que ele possa se pronunciar, se quiser.

Fonte: Neuza Brizola/Bahiaextremosul.

Tags:   Caravelas
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