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Menopausa precoce afeta até 3% das mulheres antes dos 40 anos e compromete fertilidade, saúde óssea e emocional

Mulheres com mãe ou irmã que passaram pela menopausa precoce têm risco até dez vezes maior de desenvolver a doença.

Por Neuza em 29/09/2025 às 18:44

Menopausa precoce afeta até 3% das mulheres antes dos 40 anos e compromete fertilidade, saúde óssea e emocional

Foto: Shutterstock 

Pouco conhecida, mas com impacto profundo na vida de mulheres que passam por ela, a menopausa precoce - também chamada como Falência Ovariana Prematura (FOP) -, é caracterizada pela interrupção permanente da menstruação antes dos 40 anos, resultante da perda da atividade folicular ovariana. Tanto na literatura médica internacional quanto em estudos brasileiros estima-se que 1 a 3% das mulheres tenham menopausa nessa faixa etária e isso pode trazer consequências profundas para a fertilidade, saúde óssea, cardiovascular e emocional.

Segundo a médica ginecologista e docente do curso de Medicina do Centro Universitário Max Planck (UniMAX Indaiatuba), Dra. Márcia Santos Raia, os sinais de alerta vão além da irregularidade menstrual.

"Além da ausência da menstruação por mais de três meses, é comum observar ondas de calor intensas, sudorese noturna, alterações de humor, ansiedade, dificuldades de memória, secura vaginal e dor durante as relações sexuais", explica. O diagnóstico pode ser confirmado por exames laboratoriais que avaliam os hormônios femininos.

Se há histórico familiar, pode-se realizar exames como Hormônio antimülleriano (AMH) para avaliar a reserva ovariana e ainda a contagem de folículos ovarianos por ultrassonografia.

Entre as causas da menopausa precoce estão fatores genéticos, doenças autoimunes, exposição a toxinas, cirurgias como retirada de ovários ou útero, alguns tratamentos oncológicos e até medicamentos. No entanto, na maioria das vezes a causa não é identificável. O histórico familiar também pesa: mulheres com mãe ou irmã que passaram pela menopausa precoce têm risco até dez vezes maior. Há ainda hábitos de vida que podem antecipar o processo, como tabagismo, dieta pobre em cálcio e vitamina D, estresse crônico e exercícios de alta intensidade.

O impacto da condição vai muito além da interrupção da fertilidade. A saúde óssea, cardiovascular e mental são fortemente afetadas. Mulheres com menopausa precoce têm risco até três vezes maior de desenvolver osteoporose, sofrem perda acelerada de massa óssea e apresentam maior propensão a doenças cardíacas e metabólicas. No aspecto emocional, ansiedade, tristeza queda da autoestima e dificuldades nos relacionamentos são esperados como impactos dessa condição. "Manter o controle de peso, não fumar, praticar atividade física regularmente, dieta balanceada e gerenciamento do estresse são algumas das atitudes que podem para prevenir ou reduzir o risco da menopausa precoce. Em alguns casos, pode ser indicado o aconselhamento genético, se história familiar, por exemplo, testes genéticos e aconselhamento reprodutivo", afirma.

O tratamento, segundo a docente, é individualizado, mas geralmente envolve Terapia Hormonal (TH), mesmo em mulheres sem sintomas. "Ajuda não só a aliviar os fogachos e a secura vaginal, mas também a prevenir complicações cardiovasculares e ósseas", destaca Márcia. Quando há contraindicação, alternativas não hormonais, como medicamentos, laser vaginal, lubrificantes, exercícios físicos e até práticas como mindfulness podem ajudar. O acompanhamento psicológico também é recomendado.

Para a especialista, quebrar os tabus que existem em relação à sexualidade e ao corpo da mulher e ampliar o debate é fundamental. "A menopausa precoce ainda é cercada de estigmas, como a ideia de que marca a perda da feminilidade ou de que os tratamentos são perigosos. A informação de qualidade é essencial para garantir diagnóstico precoce, reduzir preconceitos e oferecer qualidade de vida às mulheres", conclui.

Fonte: Saúde em Dia

Tags:   Falência Ovariana Prematura (FOP)
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