Foto: João Risi/MS
O Ministério da Saúde recebeu nesta segunda-feira (13) o primeiro lote do Trastuzumabe Entansina, medicamento de última geração incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento do câncer de mama HER2-positivo — uma das formas mais agressivas da doença. A entrega marca um avanço histórico na política pública de oncologia e reforça o compromisso do Governo do Brasil com o fortalecimento do tratamento contra o câncer de mama.
A primeira remessa, composta por 11.978 unidades (6.206 de 100 mg e 5.772 de 160 mg), chegou ao almoxarifado do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Ao todo, serão quatro lotes do medicamento, com as próximas entregas previstas para dezembro de 2025, março e junho de 2026. A distribuição garantirá o atendimento de 100% da demanda atual do SUS, beneficiando 1.144 pacientes ainda em 2025.
“É um avanço gigantesco para a oncologia nacional. Trata-se de uma medicação muito esperada pela nossa população, que poderá reduzir em até 50% a mortalidade das pacientes com câncer de mama do tipo HER2-positivo. É uma grande vitória para a saúde pública e para o povo brasileiro”, destacou o diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, José Barreto.
O Governo Federal investiu R$ 159,3 milhões na compra de 34,4 mil frascos-ampola do medicamento, sendo 17,2 mil unidades de 100 mg e 17,2 mil de 160 mg. O Ministério da Saúde negociou a aquisição por valores cerca de 50% abaixo dos preços de mercado, o que representa economia de R$ 165,8 milhões aos cofres públicos.
Com a negociação, o preço dos frascos caiu de R$ 7,2 mil para R$ 3,5 mil (100 mg) e de R$ 11,6 mil para R$ 5,6 mil (160 mg). Essa economia amplia o acesso ao tratamento e demonstra o compromisso do governo com a eficiência dos gastos públicos e a ampliação dos cuidados oncológicos no SUS.
O Trastuzumabe Entansina é indicado para pacientes com câncer de mama HER2-positivo que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia inicial, geralmente em estágios mais avançados (como o estágio III). O medicamento será distribuído às secretarias estaduais de saúde, que farão a dispensação conforme os protocolos clínicos vigentes, ampliando as chances de controle da doença e de melhora na qualidade de vida das pacientes.
Além do novo medicamento, o Ministério da Saúde também ampliará o acesso aos inibidores de ciclinas — abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe — usados no tratamento de câncer de mama avançado ou metastático com receptor hormonal positivo e HER2-negativo.
A portaria que autoriza a compra descentralizada desses medicamentos será publicada ainda neste mês, permitindo que estados e municípios realizem diretamente a aquisição, com financiamento federal. O modelo busca agilizar a chegada dos remédios às pacientes e otimizar a logística de distribuição no SUS.
Em outra frente de ação, o Governo do Brasil ampliou a faixa etária para a realização de mamografias pelo SUS, agora disponíveis também para mulheres a partir dos 40 anos, mesmo sem sintomas da doença. A medida amplia o diagnóstico precoce e o acesso à assistência, especialmente para quem antes enfrentava barreiras no sistema público.
Somente em 2024, 30% das mamografias realizadas no SUS foram em mulheres com menos de 50 anos, ultrapassando 1 milhão de exames.
Ainda neste Outubro Rosa, o Ministério da Saúde iniciou o programa Agora Tem Especialistas, com 28 carretas itinerantes levando atendimento e exames preventivos às regiões mais distantes e com menor oferta de serviços de saúde.
Os primeiros atendimentos começaram em 15 unidades móveis, distribuídas em 13 estados, entre eles Bahia, Amazonas, Minas Gerais e Goiás, com previsão de 42,5 mil pacientes atendidos e 130 mil procedimentos realizados até o fim do mês. A ação reforça o compromisso do governo com a saúde da mulher, prevenção do câncer de mama e do colo do útero, e a redução do tempo de espera no SUS.
