Grande parte dos problemas do nosso corpo são causados por inflamações, por isso que o consumo de ômega-3 é tão importante. Mas será que o consumo de medicamentos antiinflamatórios pode aliviar esse tipo de quadro?

Um estudo recente, publicado em 13 de março no Journal of Alzheimer Disease, trás evidências de que no caso do Alzheimer, isso pode ser benéfico sim.

Ibuprofeno contra o Alzheimer

O estudo analisou, especificamente, a ação de remédios anti-inflamatórios não esteroidais, como o ibuprofeno. Eles são usados bastante no dia a dia para reduzir dor nas costas, dor de cabeça, entre outras.

De acordo com os pesquisadores, em um estudo anterior, pessoas com altos níveis de proteína beta-amiloide (apontada como uma das responsáveis pelo desenvolvimento do quadro) apresentam uma reação inflamatória do corpo.

Em 2016, eles haviam descoberto que é possível saber quem tem altos níveis dessa proteína por um teste de saliva.

Com isso, eles usaram dados de estudos 17 epidemiológicos que mostram que esses anti-inflamatórios podem reduzir o avanço o processo destrutivo do cérebro antes dos problemas cognitivos aparecerem.

Fórmula da prevenção

Com isso, os pesquisadores perceberam por um teste simples que pessoas com níveis de beta-amiloide na saliva entre 40 e 85 pg/ml tinham maior risco do problema, poderia-se ofertar a elas, diariamente, uma dose de ibuprofeno para reduzir a incidência do Alzheimer.

Como os estudos analisados demonstraram que o mecanismo do Alzheimer começa no cérebro 10 anos antes da manifestação de problemas cognitivos, esse período é o ideal para essa forma de prevenção.

No entanto, vale lembrar que estudos ainda precisam ser feitos: "Os dados que apresentamos são preliminares e precisaremos confirmar com estudos futuros", diz o artigo publicado.

Não saia tomando ibuprofeno diariamente?

É muito importante salientar que esse tipo de prevenção ainda está sendo estudada e precisa ser indicada por um médico. Isso porque o ibuprofeno e outros anti-inflamatórios são medicamentos e podem ocasionar efeitos colaterais, interações medicamentosas e outros problemas.

No caso do ibuprofeno, por exemplo, ele pode causar alterações no sistema imunológico (como asma, falta de ar e erosões na pele), problemas gastrointestinais (como gastrite, dispepsia, flatulência e intestino preso), entre outros.

Além disso, existem evidências científicas de que o ibuprofeno pode aumentar risco de infarto em 51%, afetar a fertilidade masculina e até afetar a audição. Ou seja, é melhor tomar cuidado.