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Governo anuncia criação de ronda policial para combater a intolerância religiosa na Bahia

Para auxiliar o efetivo da Polícia Militar no patrulhamento, foram entregues duas novas viaturas, nesta sexta-feira (19)

Por Neuza em 20/01/2024 às 08:54

Governo anuncia criação de ronda policial para combater a intolerância religiosa na Bahia

O governador Jerônimo Rodrigues anunciou, nesta sexta-feira (19), a criação da Ronda Omnira de Proteção à Liberdade Religiosa, um ronda policial que tem o objetivo de combater a intolerância religiosa, atendendo as demandas de vítimas desse tipo de crime. O anúncio foi feito durante a Sexta da Paz, evento alusivo realizado no Largo do Pelourinho, em Salvador, que antecede o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado neste sábado (20). 

Ao lado do vice-governador Geraldo Júnior, Jerônimo entregou duas novas viaturas para o patrulhamento. Segundo ele, o Governo do Estado atende, mais uma vez, às necessidades da população baiana. “A gente já vem dialogando com os movimentos inter-religiosos, e a pauta deles é muito justa. Entre as reivindicações, entregamos hoje essa ronda, que vai trabalhar contra qualquer tipo de intolerância religiosa, que é crime. É um projeto inovador, que só tem na Bahia. Outro passo que estamos estudando é a criação de uma delegacia especializada, que também é uma demanda deles", afirmou o governador.

A Ronda Omnira - expressão em yorubá para liberdade - é uma iniciativa do Grupo de Trabalho Permanente pela Igualdade Racial do Departamento de Promoção Social da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), e é um serviço administrativo e operacional especializado na condução das ocorrências delituosas ligadas aos terreiros de matriz africana na capital baiana. A operação será conduzida pelo Departamento de Promoção Social (DPS) da PM-BA que, através do Grupo de Trabalho Permanente pela Igualdade Racial (GTPIR), promoverá rondas circunscritas. Um efetivo de 22 homens e mulheres da Polícia Militar da Bahia atuarão em espaços de sacralidade de matriz africana e em questões ligadas à intolerância religiosa e ao racismo estrutural. 

“Vamos fazer o papel constitucional da Polícia Militar, de levar segurança, independente de credo em qualquer religião. Será um trabalho ecumênico, que começa idealizado em virtude dos problemas com o povo-de-santo que aconteceram em nosso estado”, explicou o comandate da PM baiana, coronel Paulo Coutinho. Segundo ele, com as tropas capacitadas, será iniciado esse trabalho, com o objetivo de atuar como força mediadora.

Em 2023, o Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, um dos equipamentos para denúncias desse tipo de crime, localizado na capital baiana, registrou 33 ocorrências de atitudes ofensivas, discriminatórias e de desrespeito a práticas e crenças religiosas na Bahia.

Sexta da Paz

Na véspera do Dia de Combate à Intolerância Religiosa, o Governo do Estado, através da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia (Sepromi), fomenta a Sexta pela Paz. O evento é promovido pela Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa do Estado da Bahia, composta por instituições do poder público, universidades federais e estaduais, órgãos do Sistema de Acesso à Justiça e um conjunto de organizações da sociedade civil. A Sexta da Paz integra o projeto “Bahia, expressão da cultura negra!” e conta com a parceria da Fundação Cultural Palmares.

"Estamos realizando pela primeira vez esse evento, no qual a gente tem a oportunidade de reunir representantes de diversos segmentos para pedir paz, respeito a todos os espaços religiosos e denunciar os casos de intolerância e racismo religioso. Queremos, sobretudo, convocar a sociedade a exercer seu papel nessa luta, pois precisamos que mais pessoas ocupem esses espaços", defendeu a titular da Sepromi, Ângela Guimarães.

A programação da Sexta da Paz no Pelourinho contou com a participação de lideranças de diversas  religiões e ainda com as apresentações de Mariene de Castro, Orquestra Afrosinfônica, Luã Freitas, Banda Didá, Afoxé Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê, Banda Yayá Muxima e Malê de Balê.

Fonte: Bahiaextremosul/Ascom

Tags:   Ronda Omnira Proteção à Liberdade Religiosa
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