Os produtores nacionais de celulose estão chegando mais perto de tomar uma decisão sobre potenciais movimentos de consolidação da indústria na avaliação do Bank of America Merrill Lynch. E, uma combinação de ativos entre Fibria, maior produtora mundial de fibra de eucalipto, e Suzano Papel e Celulose, vice-líder nesse segmento, parece ser a mais "lógica” e traria sinergias de até R$ 9 bilhões.
Em relatório publicado esta semana, os analistas Thiago Lofiego, Karel Luketic e Betina Roxo ressaltaram que essa combinação também criaria valor significativo para os acionistas das companhias, melhoraria a governança corporativa e criaria uma grande líder de mercado.
O tema consolidação da indústria de celulose no país volta à carga em um momento em que decisões de investimento em expansão devem ser tomadas se o objetivo for aproveitar a "janela” de mercado no fim de 2017 e 2018. Antes disso, já há inaugurações previstas e não haveria tempo hábil para execução do projeto.
"Nos últimos anos, os comandos das duas companhias têm falado publicamente que a consolidação é o melhor caminho para geração de valor. A Fibria reduziu sua alavancagem e agora está gerando fluxo de caixa livre significativo. A Suzano entregou sua expansão em celulose e levou o resultado operacional por tonelada a níveis mais competitivos”, escreveram os analistas.
Procurada, a Suzano informou que não se posicionaria sobre o assunto. Em teleconferência com analistas na semana passada, porém, o presidente da companhia, Walter Schalka, afirmou que a empresa poderia usar seu caixa em um eventual movimento de consolidação. A Fibria, por sua vez, também informou que não faria comentários sobre o assunto.
O presidente da Fibria, Marcelo Castelli, tem afirmado há algum tempo que a consolidação é o caminho preferido pela companhia para crescer. Em paralelo, a empresa está trabalhando com afinco no projeto de expansão da fábrica de Três Lagoas (MS), que pode seguir em breve à apreciação do conselho de administração.
Pelos cálculos dos analistas do BofA, as sinergias na área florestal, no suprimento de matéria-prima, em despesas gerais e administrativas e comerciais são "evidentes” caso ocorra uma fusão, com potencial de ganhos de R$ 7 bilhões a R$ 9 bilhões, o equivalente a algo entre 20% e 25% do valor de mercado combinado das companhias.
Juntas, as duas empresas poderiam produzir 8,6 milhões de toneladas por ano de celulose, com participação de 15% no mercado global da matéria-prima.
Uma peça fundamental para que essa operação fosse adiante, conforme os analistas, seria garantir que os acionistas controladores tivessem participação final semelhante na nova empresa. "Supondo uma fusão completa e troca de ações a preços correntes de mercado, estimamos que os Feffers – família controladora da Suzano – poderiam ficar com 23% da empresa, enquanto o grupo Votorantim teria 18% e o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], 23%”, escreveram. Os analistas acrescentaram que os negócios de papel da Suzano poderiam ser cindidos.
Já uma eventual combinação da Fibria com outros concorrentes privados, como Eldorado Brasil e Cenibra, parece menos provável neste momento, conforme os analistas. Segundo explicam, o fato de essas empresas não serem listadas em bolsa torna a avaliação mais complexa.
Há muitos anos, houve rumores de que o BNDES tinha planos de construir uma campeã nacional do setor, com a combinação da antiga Aracruz (hoje Fibria), Bahia Sul (Suzano) e Cenibra – ficou conhecido como "Projeto ABC”. Mais recentemente, especulações passaram a envolver uma combinação entre Fibria e Eldorado. As duas empresas negam que tenha havido conversas sobre a operação.
A instalação de uma nova linha de celulose pela Fibria na fábrica de Três Lagoas não é descartada pelos analistas. Ele apontam que uma decisão sobre o projeto poderá ser tomada até meados desse ano, com desembolsos muito limitados nos primeiros seis ou nove meses. Caso surja uma oportunidade de consolidação, porém, essa expansão seria adiada ou cancelada.
Comunicado da Suzano aos acionistas;
São Paulo, 13 de março de 2015 – SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. ("Suzano”) comunica aos seus
acionistas e ao mercado em geral que recebeu ofício n° 090/2015/CVM/SEP/GEA-2 expedido pela BM&F
Bovespa, datado de 12 de março, cujo inteiro teor encontra-se transcrito abaixo:
"Senhor Diretor,
1. Reportamo-nos à notícia veiculada no jornal Valor Econômico no dia 12/03/2015, sob o título "Fusão de
Fibria e Suzano volta à cena”, transcrita abaixo:
Fusão de Fibria com Suzano volta à cena
Por Stella Fontes | De São Paulo
"Os produtores nacionais de celulose estão chegando mais perto de tomar uma decisão sobre
potenciais movimentos de consolidação da indústria, na avaliação do Bank of America Merrill Lynch. E uma
combinação de ativos entre Fibria, maior produtora mundial de fibra de eucalipto, e Suzano Papel e
Celulose, vice-líder nesse segmento, parece ser a mais "lógica" e traria sinergias de até R$ 9 bilhões.
Em relatório publicado esta semana, os analistas Thiago Lofiego, Karel Luketic e Betina Roxo
ressaltaram que essa combinação também criaria valor significativo para os acionistas das companhias,
melhoraria a governança corporativa e criaria uma grande líder de mercado.
O tema consolidação da indústria de celulose no país volta à carga em um momento em que
decisões de investimento em expansão devem ser tomadas se o objetivo for aproveitar a "janela" de
mercado no fim de 2017 e 2018. Antes disso, já há inaugurações previstas e não haveria tempo hábil para
execução do projeto.
"Nos últimos anos, os comandos das duas companhias têm falado publicamente que a
consolidação é o melhor caminho para geração de valor. A Fibria reduziu sua alavancagem e agora está
gerando fluxo de caixa livre significativo. A Suzano entregou sua expansão em celulose e levou o resultado
operacional por tonelada a níveis mais competitivos", escreveram os analistas.
Procurada, a Suzano informou que não se posicionaria sobre o assunto. Em teleconferência com
analistas na semana passada, porém, o presidente da companhia, Walter Schalka, afirmou que a empresa
poderia usar seu caixa em um eventual movimento de consolidação. A Fibria, por sua vez, também
informou que não faria comentários sobre o assunto.
O presidente da Fibria, Marcelo Castelli, tem afirmado há algum tempo que a consolidação é o
caminho preferido pela companhia para crescer. Em paralelo, a empresa está trabalhando com afinco no
projeto de expansão da fábrica de Três Lagoas (MS), que pode seguir em breve à apreciação do conselho
de administração.
Pelos cálculos dos analistas do BofA, as sinergias na área florestal, no suprimento de matériaprima,
em despesas gerais e administrativas e comerciais são "evidentes" caso ocorra uma fusão, com