A Assembleia Legislativa da Bahia, através da Frente Parlamentar Ambientalista, que tem na sua coordenação o deputado estadual Marcelino Galo, realizou na tarde desta quinta-feira (6) audiência pública para discutir a poluição provocada pela lama nas praias da Cidade de Nova Viçosa. A audiência pública foi provocada pelo gabinete da presidência da câmara de vereadores, que tem o vereador José Anastácio Carvalho como presidente.
Cerca de 200 pessoas, a maioria moradores da região e representantes de organizações da sociedade civil, lotaram o centro de treinamento da secretaria de educação de Nova Viçosa, para ouvir e questionar as autoridades, os órgãos ambientais presentes e os representantes da empresa FIBRIA (muitos acreditam que a lama seja oriunda das operações da empresa na dragagem do Rio do Tomba no município de Caravelas) diretamente envolvidas no problema.
Atendendo a convite feito pela Frente Parlamentar Ambientalista, compuseram a mesa de abertura e participaram das discussões em pauta na audiência o chefe de gabinete do INEMA, Welton Rocha; o presidente da câmara de vereadores de Nova Viçosa, vereador José Anastácio; Secretário de Ambiente de Nova Viçosa, Geovane Rosal; o representante do Movimento Popular Praia de Nova Viçosa Pede Socorro, Leomar Santos; representante da associação de marisqueiras e pescadores de Nova Viçosa, Adalberto Correia; representante da FIBRIA, João Auguti. Também acompanhou e compôs a mesa o presidente da colônia de pescadores, Jorge Birindiba; coordenadora da Frente parlamentar Ambientalista, Beth Wagner e o representante do Ibama.
O deputado Marcelino Galo iniciou a audiência apresentando a metodologia que seria adotada e em seguida passou a palavra para as falas dos membros da mesa, que na sequência foi desfeita para a apresentação por parte da Fibria de como funcionam as suas operações. Em uma grande movimentação a sociedade civil e entidades que participaram da audiência tiveram seus diretos de fala garantidos, todos, sem exceção, que manifestaram o interesse de fala, a fizeram. No seu momento de fala, o vereador José Anastácio fez questão de citar o empenho de todos para resolver o problema, desde a própria FIBRIA até a representação da sociedade civil através do movimento popular.
“O gabinete da presidência está diuturnamente a disposição para encontrar mecanismos para resolver o problema, estamos todos envolvidos, um GT foi criado e tenho muita fé que os trabalhos serão satisfatórios, quero agradecer o deputado pela atenção com o nosso problema, precisamos urgente encontrar a origem, os responsáveis, e, se tiver, os donos dessa lama, pois a única certeza que temos é que de Nova Viçosa ela não é” disse o vereador Anastácio.
Ao encerrar a a audiência pública o deputado Marcelino Galo fez questão de frisar a necessidade de engajamento de todos para resolver esse problema, principalmente dos órgãos ambientais competentes, uma vez que são eles que dão legitimidade para que operações industriais possam acontecer em áreas de preservação ambiental. “Não vamos permitir uma outra “Mariana” aqui é o maior observatório natural da vida marinha do hemisfério Sul, é preciso ter seriedade com esse problema, estamos falando de vida, estão matando uma cidade, ainda não sabemos quem, mas todos os esforços serão empenhados para descobrir e punir os responsáveis” finalizou Marcelino Galo.