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Deputados baianos se dividem na comissão do impeachment; veja os próximos passos

Por Neuza em 12/04/2016 às 06:57

 

 

 

 

Por 38 votos a 27, a comissão especial do impeachment na Câmara dos Deputados aprovou, na noite de ontem, o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) favorável à abertura do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. A expectativa é de que a votação no plenário da Câmara comece na sexta-feira e leve três dias, terminando no domingo. Para ser aprovado e seguir para o Senado, instância à qual cabe julgar a denúncia, são necessários os votos de 342 dos 513 deputados.

O parecer foi aprovado numa sessão tensa, que durou mais de nove horas e foi marcada por bate-bocas e provocações entre parlamentares governistas e da oposição. Ao final da reunião, deputados oposicionistas foram vaiados por um grupo contrário ao impeachment, formado por assessores parlamentares e servidores da Câmara. 

Os manifestantes gritavam palavras de ordem, como "não vai ter golpe, vai ter luta” e "golpistas, fascistas, não passarão”. Os parlamentares, acompanhados de pessoas pró-impeachment, responderam cantando "fora PT” e "acabou a boquinha”. Houve troca de empurrões e ofensas, mas não houve briga. Em São Paulo, houve um buzinaço em comemoração ao resultado dos votos na comissão.

Bahia dividida

A posição anunciada pelos 25 partidos na comissão mostrou a divisão partidária: 11 líderes se manifestaram a favor do impeachment (PSDB, DEM, PRB, PSB, PTB, SD, PSC, PPS, PV, PSL e PMB), 10 contra (PT, PP, PDT, PTN, PCdoB, PSOL, Pros, Rede, PT do B e PEN) e quatro liberaram as bancadas devido a divisões no partido (PMDB, PSD, PR e PHS). 

O líder do PR na Câmara, Maurício Quintella Lessa (AL), anunciou que está deixando o cargo e que vai votar contra Dilma no plenário. De acordo com Lessa, a direção do PR está contra o processo do impeachment, mas a maioria da bancada não.

A bancada da Bahia na comissão especial também ficou dividida. Quatro deputados - Jutahy Junior (PSDB), Lucio Vieira Lima (PMDB), Elmar Nascimento (DEM) e Benito Gama (PTB) - votaram a favor da abertura de processo de impeachment. Quatro foram contra: José Rocha (PR), Roberto Brito (PP), Paulo Magalhães (PSD) e Bacelar (PTN). O deputado Bebeto Galvão (PSB), que era titular da comissão, não votou: por ser contra o impeachment mas sem querer contrariar a orientação do partido contra Dilma, cedeu a vaga ao suplente.

Defensor do impeachment de Dilma, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, evitou comentar a votação.  "Eu não tenho que achar nada. O resultado é o resultado”, afirmou Cunha, acrescentando que não houve surpresa.

O ministro Jaques Wagner afirmou que a aprovação do parecer favorável ao processo de impeachment na comissão especial da Câmara está "dentro das expectativas” do governo. Segundo ele, a presidente recebeu a notícia com "tranquilidade”.

Wagner disse que o governo e seus aliados acreditam que terão 200 votos na plenário. "Nossa conta sempre foi entre 27 e 31 votos. Evidente que a gente gostaria de chegar aos 31, mas 27 estavam na nossa conta, até porque representam 41,5% da comissão”, afirmou o ministro. "Eles podem comemorar o número, mas não dá o resultado que eles queriam. Vamos trabalhar até o dia da votação no plenário, completou Wagner.

embate na comissão

A sessão começou com novo embate entre o relator do pedido de abertura do processo, deputado Jovair Arantes (PTB–GO),  e o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo.  O relator sustentou que a "população clama” para o processo de impeachment continuar e que havia indícios "sérios” de crime de responsabilidade. "Não há mais clima para esse governo, não há base política de sustentação, não há mais credibilidade. Esse governo não sabe dialogar, é um governo arrogante e autoritário, que não aceita posição divergente”, atacou Arantes. 

Cardozo criticou o parecer e sustentou ter "contradições” e "equívocos conceituais”, além de um "desejo político” pelo impeachment. "Esse relatório é uma peça de absolvição histórica da presidente. Ele demonstra que não há dolo, ele demonstra que não há crime”, disse.

Fonte: Correio24horas

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