X
Publicidade Davaca novo

Câmara de Prado volta a ser palco do debate sobre a ocupação da Basevi

Por Neuza em 08/10/2025 às 08:34

Na manhã desta terça-feira (07), O plenário da Câmara de Vereadores de Prado voltou a ficar lotado por dezenas de moradores da área conhecida como Basevi. Os ocupantes do bairro Lagoa Grande, compareceram à sessão para acompanhar de perto as manifestações dos parlamentares sobre o futuro do local, ocupado desde agosto deste ano.

A mobilização tem sido constante. A cada nova reunião, o espaço fica pequeno para o público, refletindo a dimensão que o caso alcançou. O que começou como uma disputa de opiniões entre moradores, vereadores e representantes da empresa, agora está nas mãos da Justiça e se transformou em uma questão social e jurídica de grande impacto para o município.

O processo, que corre na Vara Cível da Comarca de Prado, foi movido pela Bahia Costa Sul Empreendimentos Ltda (Basevi), empresa que reivindica a reintegração de posse da área.

Câmara de Prado volta a ser palco do debate sobre a ocupação da Basevi

O pedido chegou a ser aceito pelo juiz Dr. Gustavo Quinamo, que determinou a desocupação do terreno. No entanto, a decisão foi suspensa pelo desembargador Nivaldo dos Santos Aquino, do Tribunal de Justiça da Bahia, que determinou que todas as partes fossem ouvidas antes da adoção de qualquer medida.

A decisão trouxe certo alívio aos ocupantes, mas também prolongou a tensão.
De um lado, a empresa afirma que é a legítima proprietária das terras e cobra a restituição da área. De outro, os moradores alegam que a Basevi não tem como comprovar a titularidade dos terrenos.

Segundo os ocupantes, parte da área pertence ao município de Prado, com base em documentos que remontam a 1973, quando houve uma doação de terras delimitadas: mil metros da praia em direção à cidade e três mil metros no sentido da Praia do Farol.
Eles afirmam que a empresa teria expandido seus limites além do permitido e que o terreno em disputa incluiria áreas públicas e particulares.

Durante a sessão, dois proprietários de lotes adquiridos da própria empresa apresentaram recibos de compra e comprovantes de pagamento de IPTU, manifestando preocupação com a ocupação que agora inclui imóveis registrados e em situação regular.

O caso ganhou força política depois que o vereador Doutor Fabiano Médico cobrou da empresa responsabilidade social e transparência sobre a origem dos documentos de posse.
Desde então, o tema passou a dominar as sessões da Câmara e as conversas nas ruas, dividindo opiniões entre quem defende o direito à moradia e quem teme a perda de propriedades adquiridas de boa-fé.

Além das questões jurídicas, o episódio expõe desafios sociais e urbanos enfrentados pelo município — como a falta de habitação acessível, a ausência de regularização fundiária e o crescimento desordenado nas áreas próximas ao litoral.

Enquanto a Justiça não decide, a vida na Basevi segue em suspensão.
As famílias instaladas na área aguardam um desfecho que lhes garanta segurança e dignidade. Os proprietários, por sua vez, cobram respeito à lei e ao direito de propriedade.

O caso tornou-se uma das pautas mais sensíveis e complexas da cidade, exigindo equilíbrio entre interesse social e legalidade.
Entre tantas versões, um consenso se mantém: a verdade precisa ser esclarecida e a lei, cumprida.

Fonte: Bahiaextremosul

Tags:   Prado Basevi bairro Lagoa Grande
publicidade