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Desde tempos antigos, a busca por substâncias que pudessem aumentar o desejo sexual sempre intrigou a humanidade. Essa busca ancestral remonta a 600 anos A.C., quando já se falava sobre poções mágicas e ingredientes afrodisíacos. No entanto, segundo Dani Fontinele, terapeuta sexual e sexóloga clínica, membro da ABRASEX (Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde, Educação e Terapia Sexual), não há evidências científicas sólidas que comprovem a existência de alimentos afrodisíacos.
A questão que naturalmente surge é: se já existem medicamentos como o Viagra, por que ainda se discute tanto a respeito de alimentos afrodisíacos? “Provavelmente porque algumas pessoas procuram algo que seja natural, entre tomar um viagra e um chazinho, a pessoa prefere o chá que é mais natural. E outra coisa é: procurar soluções que não existem na farmácia, como por exemplo, para melhorar o desejo ou a libido sexual de mulheres”, explica.
A sexóloga ressalta que, embora não haja comprovação científica definitiva, alguns alimentos são considerados "promissores". No entanto, é importante entender que esses alimentos não aumentam diretamente o desejo sexual, mas podem fornecer energia e disposição. Por exemplo, uma pessoa desanimada pode se sentir mais animada após consumir um alimento afrodisíaco, mas isso não significa um aumento na libido.
Outro aspecto a ser considerado é o fator psicológico. Quando alguém prepara um jantar com ingredientes ditos 'afrodisíacos', como ostras, amendoim ou ovo de codorna, isso cria um ambiente propício para a intimidade e o desejo. No entanto, esse efeito é mais relacionado ao contexto e à atmosfera criados do que ao alimento em si.
Dani Fontinele menciona alguns alimentos que foram estudados na área, mas não tiveram comprovação científica, como o ovo de codorna, mel e chocolate. Esses alimentos, apesar de populares, não aumentam a libido comprovadamente.
Alimentos que podem ajudar na função sexual
Por outro lado, existem alimentos que mostram promessa, a terapeuta sexual cita alguns, como as ostras, que contêm zinco e aminoácidos que podem afetar hormônios e neurotransmissores relacionados ao desejo sexual. No entanto, ainda faltam estudos conclusivos para determinar a porção necessária para obter resultados significativos.
O ginkgo biloba, tradicionalmente usado na medicina chinesa, também é mencionado como um possível auxiliar em casos de disfunção sexual, especialmente quando associado a antidepressivos. No entanto, a eficácia ainda não foi cientificamente comprovada.
E o ginseng, que é o alimento que possui mais estudos científicos associados a melhorias na função erétil em homens. Embora os dados sobre seu impacto na excitação feminina sejam mais limitados, estudos recentes sugerem uma melhoria na excitação em mulheres na pós-menopausa.
Ginseng
No entanto, é importante destacar que esses alimentos não aumentam diretamente o desejo sexual, mas podem melhorar aspectos relacionados à função sexual.
Em conclusão, alimentos afrodisíacos, comprovadamente, não existem. No entanto, Dani diz: “o que eu sempre recomendo para todas as pessoas é que independente de ser um alimento afrodisíaco ou não, é usar tudo isso sim, fazer um jantar afrodisíaco para a outra pessoa, entre outras coisas. Eu acho super válido, isso melhora o ambiente, a relação, é bom pro relacionamento”.
Mais importante para ela do que consumir alimentos específicos é manter um estilo de vida saudável, com exercícios regulares, alimentação equilibrada e uma boa qualidade de sono, pois esses fatores têm um impacto mais significativo na libido do que qualquer alimento. Portanto, enquanto os alimentos afrodisíacos podem ser divertidos de explorar, é crucial não negligenciar os aspectos fundamentais de uma vida saudável para manter o desejo e a disposição sexual.