Quantas vezes na sua vida você teve a oportunidade de dizer: “cheguei e, de cara, gostei muito”? Pois é, o Fernando Batista descreveu deste jeito o seu primeiro momento na Orquestra Juvenil da Bahia. Uma história que começou no Bairro Ulisses Guimarães, localidade carente de Teixeira de Freitas, quando ele tinha apenas 14 anos. Fernando é mais um jovem violinista teixeirense que segue subindo os degraus desta carreira.
No último dia 31, na rodoviária de Teixeira de Freitas, o último abraço no maestro Orley Silva, na Gislaine Romana e em parte da equipe do ICED (Instituto de Cultura Educação e Desenvolvimento). Eles estiveram juntos no Orquestrando Futuros e antes disso, no programa Dando Corda para Paz e Bem, no Ulisses Guimarães, onde tudo começou e de onde Fernando guarda boas lembranças e a gratidão pelas irmãs franciscanas e pela Dona Vera Lúcia Motta, “que me deu o primeiro instrumento musical de presente”, conta.
Incentivado por uma tia, Fernando se matriculou para ter aulas de violino, peça que hoje em dia é protagonista em seus planos. “Quero ser um grande violinista”, afirma.
Para isso, ele se dedica em seus estudos, se apresenta com a Orquestra 9 de Maio e faz participações em eventos, casamentos, formaturas. Em busca de seu propósito, ele se inscreveu para uma vaga para a Orquestra Juvenil do Neojiba (Núcleo de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia), Organização que acredita na prática e no ensino musical coletivos como ferramentas a favor de valores como cooperação, respeito, solidariedade e disciplina.
“No Neojiba aprende quem ensina e a plateia tem lugar no palco, afinal, a prática musical deve estar ao alcance de todos”, descrevem os idealizadores deste projeto. E foi lá, que ele chegou depois de enfrentar o ônibus de Teixeira de Freitas até Itabuna, onde ficou até por volta da meia noite daquela quarta-feira, 31, para então seguir, por mais sete horas de viagem até seu destino final, em Salvador.
Para conquistar seu espaço na Orquestra Juvenil, Fernando participou de seletivas práticas e teóricas. Quando saiu o resultado, a emoção tomou conta e ele, naquele instante, se sentiu “realizado”.
“Quando eu cheguei foi muito legal. Meus amigos que Teixeira de Freitas, que estão no Neojiba, como é o caso do Ysrael Almeida, foram me esperar na rodoviária. Fomos direto para o meu primeiro ensaio. Cheguei e, de cara, gostei muito. Agora é continuar. Eu quero ser um grande violinista”, contou Fernando, que atualmente tem 20 anos.
“Quem fica comemora junto a alegria da caminhada. Quem vai, é exemplo a ser seguidos pelas crianças e adolescentes daqui. Para a gente, cresce a responsabilidade de continuar orquestrando sonhos e ajudando a delinear futuros promissores”, narra o maestro do ICED, Orley Silva.