Uma grande operação conjunta da Polícia Militar e da Polícia Civil foi deflagrada nesta quinta-feira (20) na região de conflito agrário no município de Prado, resultando na prisão de pelo menos dez pessoas, incluindo indígenas, e na apreensão de diversas armas.
Com a participação de aproximadamente 150 policiais civis e militares, a ação tem como objetivo desarticular um grupo acusado de invadir fazendas na região. A operação ocorre um dia após uma reunião em Teixeira de Freitas entre os secretários de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, e de Relações Institucionais, Adolfo Loyola, com as forças de segurança do estado, produtores rurais e o prefeito de Prado, Gilvan Produções. O encontro discutiu a violência no conflito, que já se arrasta há anos e resultou em várias mortes, incluindo de indígenas e produtores rurais.
A ação mobilizou 24 equipes das forças de segurança, que realizaram incursões em quatro propriedades rurais: Fazendas Turmalina, Nedila, RG e Monte Alto. O objetivo foi garantir a execução das ordens judiciais e contribuir para a pacificação da região.
O material encontrado evidencia o alto grau de risco e a necessidade de uma resposta firme das forças de segurança. Além disso, foram cumpridos vários mandados de prisão contra indivíduos envolvidos nos conflitos entre povos originários e produtores rurais, em conformidade com decisões judiciais.
Durante a operação, um policial civil foi baleado, mas foi protegido pelo colete à prova de balas, sofrendo apenas um grande hematoma no abdômen. O autor do disparo foi preso.
A operação contou com o apoio da Companhia Independente de Policiamento Especializado – Mata Atlântica (CAEMA), da Companhia Independente de Policiamento Tático – Extremo Sul (Rondesp Extremo Sul) e do Grupamento Aéreo da PMBA (GRAER), que atuou no monitoramento aéreo e no suporte logístico às equipes em solo.
Diversas unidades da Polícia Civil também participaram da ação, sob a coordenação da 8ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin).
As investigações indicam que os mandados foram expedidos no âmbito de inquéritos que apuram a atuação de grupos armados, supostamente compostos por indígenas. Segundo as denúncias, essas organizações realizam invasões sob a justificativa de "retomadas" de territórios ancestrais, mas estariam ameaçando trabalhadores, saqueando produções e limitando a liberdade das vítimas.
Segundo informações, 81 propriedades já foram invadidas. Produtores reclamam que as propriedades são invadidas na época da colheita quando toda safra é saqueada e vendida pelos invasores deixando os produtores no prejuízo, outros também reclamam que maquinários são vendidos e até curais são desmanchados para vender a madeira.
Imagens divulgadas mostram indígenas bloqueando uma estrada com uma árvore para impedir o acesso de viaturas, que precisaram recuar. Outros vídeos exibem as armas apreendidas pela polícia no local do conflito
A operação cumpre 12 mandados de prisão e sete de busca e apreensão em propriedades rurais ocupadas. Até o momento, foram apreendidas:
· 01 Fuzil 7.62
· 01 Escopeta calibre 12
· 01 Submetralhadora 9mm
· 01 Carabina .40
· 02 Carabinas .38
· Grande quantidade de munições calibres 7.62 e 5.56
· Rádios comunicadores