Neste domingo, 21 de janeiro, por volta do meio dia, a situação saiu de controle entre produtores rurais e indígenas numa tensa tentativa de desocupação no sul da Bahia. O clima, já carregado de hostilidades, culminou em um tiroteio que resultando na morte de uma indígena da etnia Pataxó e deixou dois feridos, um deles em estado grave.
Maria de Fátima Muniz de Andrade, conhecida como "Nega Pataxó", foi fatalmente atingida no abdômen durante o conflito. Apesar de ter sido socorrida e encaminhada ao Hospital da cidade de Potiraguá, não resistiu aos ferimentos. O cacique Nailton, irmão de Nega Pataxó e líder do grupo de invasores, também foi alvo dos disparos, encontrando-se em estado grave.
Além dos indígenas feridos, um membro do grupo dos produtores rurais foi atingido por uma flecha. A situação se agravou ainda mais com o incêndio de alguns veículos na região, evidenciando a intensidade do confronto. O clima tenso persiste na área, e relatos indicam que a violência se estendeu a outros meios, como o incêndio de carros.
A cacique Manoel, em um áudio compartilhado em grupos de WhatsApp se dirigindo aos caciques locais, confirmou os detalhes do tiroteio, acentuando a gravidade da situação. A comunidade local encontra-se mergulhada em uma atmosfera de apreensão e instabilidade diante do trágico desdobramento do conflito de terra.
O episódio reflete a persistência de tensões e disputas territoriais entre comunidades indígenas e produtores rurais, questões que têm sido recorrentes em várias regiões do Brasil, inclusive no sul e extremo sul da Bahia. O embate evidencia a necessidade de diálogo e mediação para resolver os conflitos de forma pacífica, respeitando os direitos e a autonomia das comunidades envolvidas.