Foto: POLICIA CIVIL-SP/DIVULGAÇÃO
A prisão de Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 21 anos, em Olinda (PE), revelou a dimensão de uma rede criminosa que atuava em diferentes frentes de perseguição e intimidação digital contra menores de idade. Cayo é acusado de ameaçar o influenciador Felca e a psicóloga Ana Beatriz Chamati, que denunciaram em vídeo a exploração infantil por meio digital.
As investigações apontam que Cayo comandava um grupo responsável por invadir sistemas governamentais para coletar dados sigilosos, que depois eram usados para constranger e chantagear vítimas em diversos estados do país, principalmente meninas menores de idade e pessoas que denunciavam abusos. As informações foram veiculadas pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 31.
"Enviando fotos oficiais de documentos, ele dizia o seguinte: 'Esse é seu pai, essa é sua mãe, eu sei onde você mora, eu sei onde eles trabalham'", explicou a delegada Lisandrea Salvariego Colabuono.
A Polícia Civil de São Paulo afirma que ele também planejava inserir informações falsas sobre Felca em bancos de mandados de prisão. Cayo já havia aplicado o método contra vítimas como forma de chantagem.
Com as informações, o suspeito obrigava as meninas a participar de transmissões ao vivo em situações de humilhação e violência psicológica, incluindo ordens de automutilação e estupro virtual. Ainda conforme a reportagem, as investigações apontaram vítimas de até 7 anos de idade.
Nessas transmissões, participavam outras pessoas. Conforme o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, Cayo atuava como "mentor intelectual" ao instruir e vender dados a outros criminosos. "A estimativa é que ele lucrava R$ 30 mil por semana".
Durante a operação, realizada com apoio da polícia pernambucana, os agentes flagraram Cayo acessando sistemas do governo com credenciais de um policial militar. Outro homem, Paulo Vinicios Oliveira Barbosa, também foi preso.