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Salvador firma parceria com universidades para remoção de corais invasores na Baía de Todos-os-Santos

Por Neuza em 09/01/2025 às 12:59

Proteger os recifes de corais da Baía de Todos-os-Santos e a biodiversidade marinha tem sido o desafio de uma equipe de 10 pesquisadores de três universidades brasileiras, junto a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), a Capitania dos Portos da Marinha e a Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa). O grupo de trabalho embarcou rumo a Itaparica, nesta quarta-feira (8), para a segunda etapa de um experimento que pretende eliminar um octocoral invasor, da espécie ‘chromonephthea braziliensis’, da Baía de Todos-os-Santos.

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A experiência dos mergulhadores e pescadores nativos da Ilha de Itaparica, na observação dos corais, foi o que possibilitou a identificação do coral invasor, em 2023, e do experimento no final de dezembro de 2024. Segundo Tiago Porto, superintendente de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, uma das principais preocupações da pasta é em relação a extinção de algumas espécies marinhas e do impacto na pesca de subsistência.

“Esse octocoral é uma espécie do oceano Índico, da região de Singapura. Quando ele aparece em um ambiente que está em equilíbrio, pode acabar com espécies marinhas que fornecem alimentos para peixes e animais de pesca da região. Além de ocuparem espaços, competindo com espécies nativas de corais. Isso desequilibra todo o ecossistema”, explicou Porto, acrescentando que a principal evidência, indica que os corais chegaram à Bahia por meio de incrustação em plataformas de petróleo do litoral do Rio de Janeiro.

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Pescador subaquático há mais de 30 anos, Xandinho Domício, de 61 anos, observou os primeiros corais ainda no começo da instalação das colônias.

“Quando comecei a notar esses corais, eles eram muito pequenos, branquinhos. Eles se espalham mais em lugares de pedra, com concreto. Então, eles acharam uma brecha, aqui, e agora tá tudo tomado. E espantaram os peixes! Antes encostava robalo grande, tainha. Os peixes estão sumindo!”, lamentou Xandinho.

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Durante a ação de monitoramento dos testes, para eliminação dos octocorais, foram analisadas reações nas amostras das colônias em contato com sal azedo, vinagre, água doce e aquelas removidas manualmente, com espátula.

Uma das pesquisadoras do grupo Tatiane Aguiar, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), apontou para resultados no manejo com sal azedo e na remoção manual. “A gente começou o experimento no dia 22 de dezembro. A gente veio aqui com sete dias, já analisamos alguns resultados, e agora, com 15 dias, podemos adiantar que o tratamento com sal azedo e o tratamento manual, de raspagem, são os mais efetivos até agora. Onde a gente raspou, está liso, como estava quando a gente terminou de fazer, e o sal azedo está, inclusive, limpando as pilastras. São resultados preliminares, não são resultados conclusivos, porque a checagem será de 30 dias”, compartilhou a pesquisadora, após mergulho e averiguação das amostras.

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O trabalho segue até o dia 4 de fevereiro, quando poderão ser iniciadas as operações para remoção efetiva dos octocorais. Toda a pesquisa e processo de remoção das colônias estão sendo feitos em parceria também com a organização socioambiental Pró-Mar e o Senai-Cimatec. Pesquisadores  das Universidades Federal de Alagoas e de São Paulo

As licenças ambientais estão sendo emitidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), pela Sema e o Inema, considerando que os recifes afetados estão localizados em Áreas de Preservação Permanente (APP) e em uma Unidade de Conservação Estadual, a Área de Preservação Ambiental (APA) Baía de Todos-os-Santos.

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Fotos: Matheus Landim/GOVBA

Fonte: Bahiaextremosul/Secom

Tags:   octocoral
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