A nova edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgada nesta quinta-feira (24) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), lança um alerta grave para a Bahia. O estado concentra nove das 20 cidades mais violentas do país em 2024, cinco delas entre as dez primeiras posições do ranking. A análise leva em conta municípios com mais de 100 mil habitantes e considera indicadores como homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de ações policiais.
Mesmo com uma redução nacional de 8,4% nos crimes violentos letais intencionais em relação a 2023, a Bahia segue com dados preocupantes. O estudo indica que a violência está fortemente relacionada às disputas entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas, especialmente nas periferias urbanas.
Foto/ Reprodução G1
O município de Jequié ocupa a segunda posição entre as cidades mais violentas do país, com uma taxa de 77,6 mortes violentas por 100 mil habitantes. Logo atrás, aparecem Juazeiro, Camaçari, Simões Filho, Feira de Santana e Lauro de Freitas, todas localizadas em território baiano. Esses dados colocam a Bahia como um dos epicentros da violência urbana no Brasil.
Dos 20 municípios mais violentos do Brasil, 16 estão na região Nordeste, revelando uma crise de segurança pública regional. Além da Bahia, estados como Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas também aparecem com destaque negativo.
No recorte estadual, a Bahia também figura entre os estados mais perigosos do país, com uma taxa de 40,6 mortes violentas por 100 mil habitantes, ficando atrás apenas do Amapá (45,1). O Ceará aparece na terceira colocação (37,5).
Apesar disso, o Amapá foi o estado que mais reduziu seus índices: queda de 30,6% em relação ao ano anterior. Já São Paulo continua sendo o estado com menor taxa de violência letal, registrando apenas 8,2 mortes por 100 mil.
Os dados revelam a necessidade urgente de ações integradas entre governo estadual, prefeituras e forças de segurança, com foco não apenas em repressão, mas também em prevenção, inclusão social e políticas públicas nas áreas mais vulneráveis. A população baiana, especialmente das cidades mais afetadas, vive sob a constante ameaça da violência, o que compromete a qualidade de vida e o desenvolvimento urbano e social dessas regiões.
O Anuário serve como um chamado à sociedade e às autoridades: é preciso enfrentar a violência com planejamento, investimento e vontade política.
