Foto: Reprodução/Redes Sociais

O Ministério da Justiça e Segurança Pública estendeu por mais 90 dias a atuação da Força Nacional no Extremo Sul da Bahia. A decisão, que entrou em vigor em 23 de julho, visa intensificar a segurança em uma região assolada por conflitos de terra. Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), cerca de 80 propriedades rurais estão atualmente ocupadas, gerando um ambiente de alta tensão entre comunidades indígenas e produtores rurais.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que a prorrogação busca dar suporte à FUNAI, especialmente nas Terras Indígenas Pataxó e Pataxó Hã Hã Hãe. A operação da Força Nacional é coordenada pela Polícia Federal e opera em conjunto com os órgãos de segurança pública da Bahia.

Desde abril, quando chegou à região, a Força Nacional tem lidado com situações complexas, incluindo ameaças a líderes indígenas e confrontos diretos com produtores rurais. A extensão da permanência é vista como uma resposta às crescentes preocupações com a segurança da população local, especialmente com a proximidade da votação do Marco Temporal. Essa legislação, que trata da demarcação de terras indígenas, pode agravar ainda mais os conflitos na região.

A violência tem sido uma triste realidade no Extremo Sul da Bahia. Nos últimos três anos, seis indígenas foram mortos em disputas de terra, o que evidencia a escalada da violência. Recentemente, além das mortes de indígenas, foram registrados assassinatos e ataques contra pessoas envolvidas nesses conflitos, ressaltando a urgência da atuação da Força Nacional para tentar estabilizar a área.