Policiais civis do Núcleo de Homicídio e Tráfico (NHT), elucidaram o homicídio de Jéssica Silva de Jesus, encontrada com um tiro na cabeça no dia 29 de janeiro, em uma residência na Rua Armênia, no bairro Liberdade I em Teixeira de Freitas.

Na época do crime, Jessica foi encontrada sobre uma cama trajando uma camiseta de cor preta e um short de cor vermelha, apresentando uma lesão na cabeça, provocada por disparo de arma de fogo, foi socorrida para o hospital municipal, passou por cirurgia, passou 15 dias em coma, mas não resistiu.

Assim que tomou conhecimento do caso a delegada Maria Luiza e sua equipe com apoio do delegado bruno Ferrari se deslocaram para o HMTF, onde passaram a saber que a vítima encontrava-se no Centro Cirúrgico por ter sofrido um traumatismo crânio encefálico e seu estado de saúde era considerado gravíssimo.

Na ocasião, não foram localizadas testemunhas presenciais do fato. No dia  16 de fevereiro, a vítima veio a falecer no HMTF, quando estava sendo submetida a um novo procedimento cirúrgico, devido ao agravamento de seu quadro clínico, após ter permanecido em coma por aproximadamente 15 dias.

As investigações preliminares da PC mostraram que Jéssica havia dormido na casa desocupada, de propriedade da  família, na noite do dia 28 de janeiro, local onde ocorreu o crime, juntamente com o seu namorado Alessandro, o “Leleu”, e na manhã do dia seguinte, dia, a vítima foi encontrada inconsciente e sozinha, deitada no colchão, com um ferimento na cabeça, provocado por disparo de arma de fogo.

Testemunhas disseram terem ouvido apenas um tiro, na ocasião do crime, não sendo notada qualquer movimentação de entrada ou saída de pessoas na casa aonde o casal se encontrava.

As investigações mostraram marcas de pegadas no muro nos fundos da residência por onde Leleu fugiu ainda durante a noite. Dias antes do crime, testemunhas disseram que o acusado teve uma briga violenta com a vítima, chegando a agredi-la fisicamente com tapas e a ameaça-la de morte ao apontar uma arma de fogo contra a mesma.

Naquela ocasião, foi encontrado e apreendido pela Equipe do NHT, através do delegado Ricardo Amaral, 01 cápsula deflagrada de munição de revólver calibre 38, arma encontrado na residência do pai de Leleu, em cima da cama do mesmo, que mais tarde, soube-se ter sido utilizado para alvejar a vítima.

Leleu acabou sendo preso pela PM no dia 15 de fevereiro, por força do cumprimento de mandado de prisão preventiva, por ter sido apontado como um dos principais executores do grupo de traficantes conhecido como Grupo de Flavão, atuantes nos Bairros Liberdade I, II, Arco Verde e parte do São Lourenço, envolvido em uma série de homicídios, tentados e consumados, durante o ano de 2017 e 2018, durante a guerra travada com o grupo de traficantes rivais, denominado Grupo de Beto Carroceiro, em decorrência da disputa pelos pontos de venda e de distribuição de drogas nos referidos bairros.

Em seu primeiro interrogatório, Leleu  atribuiu a autoria do crime de Jéssica a possíveis inimigos do tráfico, que tinham o interesse em matá-lo. Contudo, ao ser confrontado com as demais provas existentes nos Autos, Leleu acabou confessando ter sido o autor do disparo que terminou por matar sua companheira, alegando, entretanto, que teria efetuado o disparo de forma acidental, enquanto o casal dormia, por encontrar-se a arma engatilhada, debaixo do travesseiro no momento do disparo.

As investigações demonstraram que Leleu  matou Jéssica após ter discutido com a mesma na madrugada do dia 29 de janeiro, dia do crime, tendo como motivação o ciúme, ou seja, o fato da vítima Jéssica estar se relacionando com um inimigo de dele, integrante de grupo de traficantes rivais. A arma de fogo utilizada para praticar o crime não foi localizada pela polícia, durante os procedimentos de buscas, quando da execução da prisão de Leleu.

O procedimento foi devidamente finalizado, saneado e relatado no NHT, aguardando-se o encaminhamento por parte do DPT, dos laudos periciais e do exame necroscópico da vítima.