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Onda de calor reduz produção de ovos em até 15% nas granjas baianas

Por Neuza em 20/02/2025 às 14:14

Onda de calor reduz produção de ovos em até 15% nas granjas baianas

Crédito: Shutterstock

As altas temperaturas que assolam a Bahia têm impactado não apenas os baianos, que têm sofrido cada vez mais com o calor, mas também os animais. As aves de corte, especificamente, têm sido afetadas a ponto de não conseguirem manter o nível de desempenho em chocagem de ovos. Com isso, os avicultores têm relatado perdas de até 15% na produção do alimento no estado.

Kesley Jordana, presidente da Associação Baiana de Avicultura (ABA), afirma que ainda não há registro do percentual geral de impacto na produção de ovos da Bahia, embora a entidade já saiba que, com as altas temperaturas, a produção está sofrendo uma redução.

Ela explica que isso acontece por uma mudança no comportamento dos animais. “O calor excessivo faz com que as galinhas consumam menos ração, automaticamente ocorre um déficit energético que é essencial para a produção de ovos, reduzindo assim a produção. Sendo assim, o calor intenso faz com que a produção diminua”, elucida.

Toda vez que há uma temporada muito quente, a mudança de comportamento das aves acontece em decorrência do estresse térmico. Essa condição faz com que os animais, em vez de direcionarem a energia para o ganho de peso e chocagem de ovos, usem essa energia para regular a temperatura.

Jair Francisco Naide, gerente da Granja Ovos Ipê, localizada no entroncamento de duas vias próximas a Cruz das Almas, relata que a produção de ovos até 15% abaixo do esperado. Para tentar diminuir o impacto do calor, ele adota estratégias de climatização no aviário.

“Temos um sistema de nebulização em que colocamos o dia todo uma bomba com spray jogando algo para tentar baixar a temperatura do aviário. Também colocamos ventiladores, mas ainda assim não tem sido suficiente”, diz.

Com o uso desses mecanismos para aplacar o calor, o impacto financeiro é maior, porque há aumento no consumo de energia e de água. Como se não bastasse, há prejuízo no que se refere à qualidade dos ovos. “A casca do ovo fica mais fina e temos perdas de ovos, que acabam quebrando durante o processo de coleta, classificação e embalagem até esse produto chegar ao consumidor final. Chegamos a perder, hoje, em torno de 5% da qualidade”, ressalta.

Na Granja Ave Natura, que fica situada em Irará, no Centro-Norte da Bahia, a produção de ovos está 10% menor do que o esperado para esse período do ano. Magno Silva, gerente da granja, conta que até o momento foram produzidos 4.500 ovos, quando o normal para o período seria 5 mil.

“Eu estou tendo uma perda grande de rendimento porque, nesse ano, com o problema da gripe aviária nos Estados Unidos, a procura de ovo está bem grande e a gente não está tendo como atender”, se queixa.

Por sua vez, o avicultor Jair Costa, que gere a Granja Confinave em Candeal, no nordeste do estado, conta que o impacto do calor gerou perda de apenas 3% na produção de ovos. Ele atribui o menor prejuízo frente a outras granjas ao fato de criar aves de postura, que são voltadas exclusivamente para a produção de ovos.

“Mesmo com a temperatura muito alta, a ave de postura, por ser uma galinha menor, suporta mais o calor quando são colocados equipamentos de nebulização e ventilação. Por conta dessa demanda de temperatura, a única mudança é que ela consome mais água do que se alimenta, por isso choca menos ovos. Temos uma baixa de 3%, mas não é nada muito relevante”, pontua.

Fonte: Correio 24horas

Tags:   Calor altas temperaturas Bahia
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