
Na última segunda-feira (13), servidores da Secretaria Municipal de Assistência Social começaram o cadastramento das famílias que ocupam a área conhecida como Basevi, em Prado. O trabalho tem como objetivo identificar o perfil social e o número de pessoas que vivem no local, atualmente em disputa judicial.

De acordo com a Prefeitura, o levantamento é uma etapa essencial para compreender a dimensão social do caso e subsidiar possíveis ações de apoio às famílias. A situação da Basevi segue como uma das pautas mais sensíveis e discutidas no município.

Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Prado, realizada na terça-feira (14), o vereador Professor Boloca questionou a propriedade da área. Em plenário, ele afirmou ser “impossível acreditar que a empresa Bahia Costa Sul Empreendimentos Ltda. seja dona de toda a área conhecida como Basevi” e cobrou que a empresa apresente a documentação que comprove a posse enquanto o processo tramita na Justiça. O pronunciamento ocorreu diante de um plenário lotado por moradores da ocupação.
Recentemente, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) suspendeu a ordem de reintegração de posse que poderia ter resultado na retirada das famílias do local. A decisão, proferida pelo desembargador Nivaldo dos Santos Aquino, apontou que não estavam presentes, na petição da empresa, os requisitos previstos no artigo 561 do Código de Processo Civil — especialmente quanto à comprovação de posse anterior que autorizasse o despejo imediato.
Na manhã desta quarta-feira (15), centenas de famílias que ocupam a região de Lagoa Grande saíram em marcha pelas ruas da cidade, pedindo agilidade na resolução do impasse e atenção ao caso da Basevi. Os manifestantes afirmam que a empresa não possui comprovação legal de propriedade sobre a área, onde vivem mais de 1.500 famílias.

O ato percorreu as principais avenidas do centro de Prado e terminou em frente à Prefeitura Municipal, onde os participantes entoaram palavras de ordem e exibiram faixas pedindo respeito ao direito à moradia. Representantes do movimento destacaram que o objetivo da caminhada é chamar a atenção das autoridades para a situação das famílias e buscar um diálogo que evite novos conflitos. Apesar da grande mobilização, o protesto ocorreu de forma pacífica e acompanhada pela Polícia Militar, garantindo a segurança dos participantes e da população.

