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Mudar hábitos ruins ajuda a prolongar a audição

Para escutar bem por toda a vida, é preciso cuidar dos ouvidos desde cedo

Por Neuza em 08/12/2016 às 13:24

A maioria das pessoas não se dá conta, mas o cuidado com a saúde dos ouvidos deve ser feito durante toda a vida para prolongar a boa audição, pelo menos até a terceira idade, quando o desgaste natural do corpo, por si só, provoca muitas vezes perda auditiva. Já é comum hoje em dia a prática de exercícios físicos, aliada a uma alimentação equilibrada, mas quem efetivamente tem a preocupação, desde jovem, com a sua saúde auditiva?  

“Algumas doenças, além de maus hábitos, desde a infância, podem lesar as células ciliadas do ouvido gerando danos auditivos ao longo dos anos e provocando, muitas vezes, perda auditiva precoce. É a criança que tem otites frequentes que não são tratadas adequadamente pelos pais; são os jovens que frequentam ambientes barulhentos e não desgrudam do fone de ouvido, ouvindo música em volume muito alto;  é o cotidiano em casa em um ambiente ruidoso, com liquidificador, aspirador de pó, mais a TV e o rádio em volume elevado; é o trânsito caótico, com buzinas, sirenes, britadeiras furando o asfalto, barulho de obras; são muitos hábitos, além da vida agitada nas cidades, para os quais devemos estar atentos. Temos que fugir do barulho o mais que pudermos”, aconselha a fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas, especialista em audiologia.

Fator primordial na comunicação humana, a audição nos permite compreender a fala e identificar os sons do ambiente. Ouvir bem ajuda no desenvolvimento da linguagem e influencia diretamente nas interações do cotidiano e no convívio social. Por meio da audição, obtemos uma série de informações que, quando combinadas, formam uma espécie de ponte entre o mundo e a maneira com a qual interagimos com ele. Por isso, cuidar da audição é primordial para nos mantermos conectados à vida.

O livro Tratado de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervicofacial aponta que 70% das crianças do mundo todo terão pelo menos um episódio de otite média, conhecida como dor de ouvido, antes de completar cinco anos. A doença é muito comum devido ao canal do ouvido ainda não estar 100% desenvolvido. Pode ser causada por secreções nasais ou pela prática da amamentação com a criança deitada, uma vez que o leite acaba passando para o ouvido pela tuba auditiva. 

Já na idade adulta, hábitos corriqueiros podem ser danosos à audição, como, por exemplo, usar hastes de algodão para limpar os ouvidos. Muitas vezes, a cera é empurrada para dentro do canal. Os otorrinolaringologistas recomendam que a limpeza seja feita apenas até onde o dedo alcançar. A parte interna só deve ser limpa, se for necessário, por um especialista. 

A perda auditiva também pode ocorrer em razão de outros maus hábitos como o contínuo contato com altos níveis de ruído e o uso frequente de fones de ouvido. Quanto maior o tempo e o volume da música, maior o prejuízo que pode acarretar à audição. A exposição intensa e frequente a sons acima de 85 decibéis pode provocar danos irreversíveis à audição com o passar do tempo. Ao identificar sintomas como zumbido, sensação de pressão nos ouvidos ou tontura é preciso procurar um especialista. A labirintite, uma infecção viral causada no labirinto, órgão responsável pelo equilíbrio do corpo, também pode levar à perda auditiva.

A solução para a deficiência auditiva está, muitas vezes, no uso da prótese, que é ajustada de acordo com o grau de perda de audição de cada paciente, que permite a melhor compreensão dos sons do ambiente.

“Quando passamos muito tempo sem ouvir determinado som, o cérebro se acostuma à ausência, o que retarda um reconhecimento posterior. Por isso, o ideal é que o aparelho auditivo seja adaptado o mais cedo possível", conclui a fonoaudióloga.

Fonte: Raphaela Gentil

Tags:   Brasil audição
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