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Moradores de Mucuri estão sofrendo com a falta d’água

Por Neuza em 26/12/2015 às 11:29

 
 

Com a estiagem prologada em nossa região, algumas cidades estão padecendo com a falta d’água e moradores tem feito o que pode para conseguir um pouco do tão precioso líquido. Entre as cidades castigadas pela falta d’água estão; Lajedão, Ibirapuã, Itanhém, Guaratinga, Itamaraju e Mucuri, esta última, mais precisamente em Itabatã, os moradores estão sofrendo com a falta d’água nas torneiras, e para isso tem buscado alternativas para conseguir o tão precioso líquido.



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Alguns sites locais tem denunciado o descaso e a falta de planejamento, tanto do poder público quanto da EMBASA que nada tem feito nestes últimos anos para sanar o problema. Há mais de noventa dias que não chove regularmente na região, as nascentes e os rios estão agonizando nos leitos secos e, o consumo desordenado nas plantações e nas fábricas tem contribuído para agravar o problema e quem paga o preço e a população que fica na dependência de carros pipas, muitas vezes com água contaminada e sem nenhum tratamento, o que pode causar riscos a saúde.


 

Nas imagens é possível ver as longas filas formadas próximos aos caminhões pipas, moradores, adultos e crianças enfrentam o sol forte e o desconforto para encher as vasilhas com água, e quem sabe assim conseguir tomar um banho, cozinhar e limpar a casa. Até carrinho de bebê é usado para transportar água.


A rodoviária de Itabatã, porta de entrada dos turistas que estão chegando para curtir as festas de final de ano nas cidades de Mucuri e Nova Viçosa, está sem água há mais de 20 dias, denunciou o site noticiaemdia, comerciantes e passageiros tem sofrido com a falta d’água, e nem a EMBASA ou a administração municipal nada tem feito para resolver o problema.

Depois de muita cobrança por parte da população, os vereadores finalmente resolveram agir e entraram com uma representação no Ministério Público pedindo a suspensão da cobrança das contas d’água no município, o que foi acatado em parte por parte do MP.

 


 

Ancorada no projeto de esgotamento sanitário de Itabatan, algo em torno de 24 milhões de reais, a Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento) estava se sentindo blindada, empurrando o povo com a barriga, não promovendo nenhuma ação de investimento no abastecimento de água no município e principalmente atuando de forma irregular já que a sua licença de operação está vencida desde o mês de outubro, isso até a última sessão da câmara de vereadores que promulgou o projeto de lei que suspende toda a cobrança de taxa de esgoto na sede do município. O revés acontece em um momento turbulento nas relações da empresa com Mucuri, uma vez que o distrito de Itabatan sofre pela falta de abastecimento da EMBASA promovido por ingerência do seu escritório local.


 

Esse é o primeiro grande revés que a EMBASA sofre em Mucuri, uma vez que a empresa sempre acreditou que as forças políticas do município não ousariam se opor a ela amedrontados por ela poder usar de represália o não investimento no esgotamento sanitário de Itabatan, vale lembrar que cabe aos vereadores também conceder ou não a renovação da licença de operação em Mucuri, vencida desde outubro, o que faz da EMBASA uma empresa ilegal no município. O que já não está bom para a EMBASA pode piorar nos próximos dias, uma ação civil pública estará sendo movida pedindo também a suspenção da cobrança pelo fornecimento de água no distrito de Itabatan, uma vez que a empresa não tem entregado água em conformidade com o que está escrito no contrato aos seus clientes, alegando seca dos mananciais que a abastece.


 

A EMBASA conta com quase 2.800 contas ativas no seu sistema de abastecimento de água em Itabatan, atendendo a quase 50% do contingente populacional do distrito, contudo mais uma vez a empresa tenta se isentar da culpa por ingerência quanto ao abastecimento de água de Itabatan, apresentando a população do distrito reprises de propostas em investimentos e melhorias tanto em sua captação quanto em sua distribuição de água. A cerca de 20 anos o distrito de Itabatan sofreu com uma escassez de águas parecida com a atual, tendo inclusive suas residências abastecidas por quase quatro meses por caminhões pipa e ao longo desses 20 anos nenhuma ação estruturante ou plano "b” foi implementando pela EMBASA em Itabatan, sendo o atual cenário de falta de abastecimento de água no distrito uma crise anunciada.


  

O Extremo Sul da Bahia vive o estouro da "primavera hídrica” liderados pelo município de Nova Viçosa numa rebelião feroz contra as práticas da EMBASA na região, recentemente o município de Itanhem também iniciou uma série de protestos contra a empresa, paralisando inclusive as operações do escritório da EMBASA na Cidade. Em Mucuri as ações do presidente da Câmara, o vereador Zé do Boi, em promulgar a lei que suspende a cobrança da taxa de esgoto já tomam contornos de embate político e que poderá ter uma série de desdobramentos futuros, o que se sabe ao certo é que a EMBASA já não consiste de uma unanimidade na região a muito tempo, em Mucuri já se fala em municipalizar o fornecimento de água para a população não renovando a licença da estatal, caso aconteça será o princípio da debandada no Extremo Sul da Bahia.

Fonte: Neuza Brizola/Inf. Notícia 10

Tags:   Mucuri
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