Cleidiana Alves Mendes de Oliveira tem 33 anos, que trabalha fazendo faxina, teve o auxílio emergencial negado pela Caixa Econômica Federal, depois que o sistema apontou que ela é vereadora eleita na cidade de Teixeira de Freitas.
Cleidiana alega que foi candidata em 2016 mas não foi eleita e com a pandemia e sem poder trabalhar por causa da pandemia do novo coronavírus ´precisa do auxilio emergencial do governo federal para sobreviver.
Cleidiana diz que fez o cadastro assim que foi disponibilizado no site do governo federal e ficou surpresa quando teve o beneficio negado alegando que ela é vereadora.
“Eu fiz o meu cadastro assim que começou. Aí, no aplicativo, falou que eu não fui contemplada, porque exercia cargo eletivo na minha cidade. Eu tentei contestar, mas, no aplicativo da Caixa, não tem como contestar. Aí eu fui na agência e procurei o gerente”, relata ela.
Sem conseguir resolver, mesmo com a ajuda do gerente, Cleidiana tentou novamente solicitar o auxílio no mês de maio, mas recebeu outra negativa.
“Eu tentei de novo, e aí continua dizendo que eu sou vereadora de Teixeira de Freitas. Fui na Caixa de novo, mas nem o gerente da Caixa consegue resolver. O aplicativo tinha que ter como a gente contestar. Como eu vou fazer agora?”.
Para tentar resolver o problema, Cleidiana chegou a procurar o Tribunal Regional Eleitoral da sua região, mas nenhuma solução foi encontrada.
“O homem do TRE disse que era erro no sistema. A Caixa diz que, se eu já recebo salário de vereadora, não tem como eu pedir o auxílio. Mas eu não recebo esse salário, eu não ganhei a eleição, tive 66 votos”, explica ela.
No site do Tribunal Regional Eleitoral, Cleidiane consta como suplente de vereadora.
No início deste mês, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, enviou documento à Dataprev informando que os bancos de dados da Justiça Eleitoral não deveriam ser usados para subsidiar análise do auxílio emergencial, por causa de casos de negativa da renda extra a candidatos não eleitos, como Cleidiana.
Sem opção, Cleidiana busca um advogado para ajudá-la a obter o benefício. Enquanto não consegue o auxílio emergencial e está sem trabalhar, ela não sabe como fazer para manter os pagamentos em dia.
“Está difícil, porque eu trabalho com prestação de serviço de limpeza e, com essa pandemia, perdi vários contratos. Eu estava na esperança de receber [o auxílio] e quitar algumas dívidas que ficaram pendentes, inclusive minha previdência, que já tem dois meses que não pago”.