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Julho é o mês de conscientização sobre os miomas, tumores uterinos benignos formados por tecido muscular. Segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a doença atinge quase 50% das mulheres em idade fértil no Brasil.
Conhecidos também como leiomiomas, seu surgimento têm causas desconhecidas. No entanto, sabe-se que seu crescimento depende de fatores hormonais, diminuindo de tamanho após a menopausa. Eles podem ser únicos ou múltiplos, além de bem pequenos até atingir enormes volumes.
Sintomas dos miomas
Na maioria dos casos, as mulheres não apresentam sintomas. Mas, quando isso ocorre, os sinais mais comuns são:
Sangramento intenso durante o período menstrual;
Ciclo menstrual mais longo;
Cólicas pélvicas;
Constipação;
Dor durante a relação sexual;
Aumento da frequência urinária;
Aumento de volume abdominal;
Sensação de peso na pelve.
Normalmente, as pacientes reclamam de sangramento uterino. "Pode ser um aumento do da duração do fluxo, da quantidade, ter sangramento durante o período ciclo menstrual no meio ou sangrar o mês todo. Então, existem diferentes queixas em relação ao padrão de sangramento", explica o Dr. Thiers Soares, ginecologista especialista em miomas e médico do setor de endoscopia ginecológica Hospital Universitário Pedro Ernesto (da UERJ).
Diagnóstico
O diagnóstico dos miomas pode ser feito através de um exame físico e outro de imagem. O toque vaginal e o exame abdominal podem sinalizar a presença dos miomas. Além disso, a ultrassonografia transvaginal também pode indicar a presença dos tumores, afirma o Dr. Thiers.
O exame mais completo, no entanto, é ressonância. Isso porque ela é capaz de avaliar o útero, a quantidade, a localização e o tamanho dos miomas. "Especificamente para avaliar a cavidade uterina - isto é, a parte de dentro do útero - o exame padrão ouro é a histeroscopia", acrescenta o especialista.
Tratamento - é necessário retirar o útero?
O tratamento definitivo mais comum para os miomas costuma ser a retirada de útero. No entanto, essa alternativa impacta diretamente a capacidade reprodutiva da mulher. Para as pacientes que ainda desejam engravidar, há outras formas de tratar os tumores. "Sempre que a paciente deseja engravidar ou manifesta a vontade de preservar o útero, esse deve ser o nosso objetivo", destaca o ginecologista.
Segundo ele, essa preservação pode ser por via laparoscópica, "Mas a gente evita o máximo possível essa via - deve ser a via de exceção", afirma o médico. Além desta, são opções a via robótica e a histeroscopia (especialmente quando o mioma é submucoso - isto é, quando cresce de maneira desordenada).
De acordo com o Dr. Alexandre Silva e Silva, médico especialista em cirurgia minimamente invasiva e cirurgia robótica, a retirada do útero acaba sendo a única alternativa devido ao grande volume dos nódulos e por todas as alterações que eles causam no órgão. "Por mais nódulos que possamos retirar, o útero que sobra fica tão alterado que não tem a capacidade de exercer a sua função que é gestar", afirma.
É possível impedir o surgimento dos miomas?
Não é possível impedir o surgimento dos miomas, informa o Dr. Thiers. O médico reforça que a medicina ainda não sabe ao certo o que leva ao aparecimento dos tumores uterinos. Porém, há alguns fatores de risco conhecidos para a doença. Dentre eles, o especialista destaca ascendência negra, obesidade e gravidez tardia.