Uma notícia chocou a população americana nesta quarta-feira (07), principalmente a cidade de Allen no Texas. Dois irmãos cometeram um massacre contra a própria família. O mais novo deles Farhan, de 19 anos, deixou uma carta, onde cita a série The Office como um dos motivos para cometer o crime.
Os jovens cometeram suicídio após massacrarem quatro membros da família. Na carta escrita por um deles havia também uma crítica ao falho controle de venda de armas nos EUA.
Em uma longa nota desconexa publicada no Instagram, Farhan Towhid, disse que ele e seu irmão de 21 anos, Tanvir Towhid, sofriam de depressão e episódios de manias profundas. De alguma forma, ele relacionou os episódios a assistir The Office durante o dia todo.
“O primeiro e mais importante programa que assistimos foi The Office”, escreveu Farhan na nota que começava assim:
“Olá a todos, eu me matei e à minha família (…)A comédia de Steve Carrell foi uma das quatro coisas muito importantes que encontrei ao longo da minha vida”.
Final de The Office
Ele, então, explicou na nota de 13 páginas sobre como a série “deveria ter terminado quando Michael ( personagem de Carrel) saiu” porque “eventualmente deu errado”.
Farhan também reclamou sobre o enredo e o desenvolvimento do personagem que o enfureceram.
“As pessoas dizem que o final compensa, o que é uma mentira completa. Claro que foi fofo, mas não justifica as últimas temporadas com as quais tivemos que lidar”, escreveu ele.
Ele também falou que assistiu a série até o dia em que ele e seu irmão decidiram cometer o crime.
“Continuamos assistindo até 21 de fevereiro de 2021. Esse foi o dia em que meu irmão mais velho entrou em meu quarto com uma proposta: se não conseguirmos consertar tudo em um ano, vamos matar a nós mesmos e nossa família”, escreveu o jovem. Mas o prazo de um ano foi por água abaixo, e percebendo que as coisas não davam certo, os dois reduziram o prazo para um mês.
Falta de apoio familiar
A família Towhid: Tanvir, Farhan, Towhidul, Farbin e Iren (Foto: reprodução facebook)
O rapaz chegou a explicar no desabafo online que não tinha o apoio da família, e mesmo que outras pessoas considerassem que ele tinha uma vida perfeita, ele não achava isso. Apesar disso, ele reconhece que o pai tentou ajudá-lo quando percebeu que ele sofria de problemas mentais, e o levou até um tipo de centro de tratamento, onde ele teria ficado internado.
Segundo ele, a vida seguiu e ele fez amigos, conquistou uma namorada, e foi para a faculdade, porém, lá ele foi expulso do dormitório por um colega de quarto ao revelar sua condição de saúde, e isso fez com que ele voltasse para a casa.
A polícia acredita que eles tenham matado a tiros seu pai, Towhidul Islam, de 54 anos, a mãe Iren Islam, de 56 anos, e a avó de 77 anos Altafun Nessa, que tinha chegado de Bangladesh para visitar a família.
Fahran tinha identificação com o personagem Andy (Ed Helms), e chega a citar seu descontentamento com o enredo quando ninguém o apóia quando ele perde o emprego. “Tinha problemas de controle da raiva e era um maldito bajulador, mas se tornou alguém realmente atencioso e genuíno”, explicou.
Segundo o rapaz conta na carta, ele tentava agir com lógica, mas diz que se o motivo para as pessoas continuarem vivendo é a busca pela felicidade, ele não tinha motivos para continuar vivo. Sabendo que sua morte, e também a do irmão trariam sofrimento a seus entes, ele preferia eliminar a todos para que ninguém sofresse.
“Eu sei que disse que opero na lógica, mas o único aspecto emocional da minha vida é a única razão de estar aqui. Eu amo minha família. Eu realmente amo. E é exatamente por isso que decidi matá-los”.
Crítica ao controle de armas nos Estados Unidos
Por fim, ele criticou o controle de arma nos Estados Unidos, dizendo que era só chegar numa loja de armas e inventar que precisava de uma para defesa pessoal. Ele chegou a ser questionado pelo vendedor se tinha algum problema mental, mas mentiu dizendo que não e conseguiu levar a arma para a casa.
“Eu diria que a única parte difícil do plano era conseguir as armas, mas isso seria uma mentira. O controle de armas nos Estados Unidos é uma piada. […] Literalmente, qualquer um pode conseguir uma arma se não tiver sido oficialmente diagnosticado. Obrigado por tornar o processo tão fácil”.