A Bahia confirmou 11.187 casos de HIV e Aids entre janeiro de 2023 e 2 de agosto de 2025, segundo dados divulgados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). O levantamento aponta crescimento contínuo desde 2022 e coloca Salvador entre os cinco municípios com maior incidência, ao lado de Rodelas, Paulo Afonso, Itacaré e Itabela.

Do total de registros, 72% (8.005) foram em homens, enquanto 28% (3.164) ocorreram em mulheres; em 18 casos não houve identificação de gênero. A faixa etária mais atingida é a de 20 a 34 anos, com mais de 5 mil diagnósticos, seguida pelo grupo de 35 a 49 anos, com 3.664 notificações.

Um dado que chama a atenção é o avanço do vírus entre jovens. Nos últimos dez anos, foram 1.762 casos confirmados em adolescentes de 10 a 19 anos, com pico em 2017. Mais recentemente, o número também preocupa: entre 14 e 19 anos, as notificações passaram de 137 em 2022 para 158 em 2023 e 186 em 2024. Até agosto de 2025, já são 93 ocorrências registradas.

Especialistas apontam que a pandemia de Covid-19 e as mudanças no acesso aos serviços de saúde contribuíram para as oscilações nas estatísticas. A redução da testagem no período pandêmico teria retardado diagnósticos e dificultado a prevenção.

Para conter o avanço da doença, o governo da Bahia vem intensificando ações de prevenção combinada, ampliando campanhas de educação em saúde e facilitando o acesso ao diagnóstico precoce, sobretudo para jovens e populações mais vulneráveis.

Essas medidas estão em consonância com a estratégia da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da ONU, que prevê a eliminação do HIV como problema de saúde pública até 2030. O Brasil também firmou compromisso com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para reduzir a transmissão de infecções como sífilis, HIV, hepatite B, doença de Chagas e HTLV.

Com os novos dados, a Sesab reforça o alerta para que a população busque testagem regular, utilize preservativos e procure os serviços de saúde ao primeiro sinal de risco.