O Hospital Municipal de Teixeira de Freitas recebeu nesta segunda-feira (01) dezenas de crianças portadoras de fissuras labiopalatais, má-formação denominada popularmente comolábio leporino, para realização de consultas e cirurgias.A ação é realização da Fundação Astória e Nere, em parceria com o governo municipal e outros entes.
De acordo com a odonto-pediatra Viviane Nere, o trabalho acontece há cerca de 15 anos, com ações trimestrais que acolhem famílias carentes de toda a região. "Nós temos uma rede de atuação, as unidades de saúde que nos encaminham essas crianças e temos também vários colegas, profissionais da saúde, que acolhem esses pacientes gratuitamente quando se faz necessário”, explicou.
O governo municipal de Teixeira de Freitas, que tem como meta a garantia da dignidade e da qualidade de vida da população, atua em parceria da Fundação com a disponibilização do bloco cirúrgico, de acordo com a mãe Elen Barreto, 21 anos, moradora de Posto da Mata, "ter esse cuidado é importante e me deixa mais segura, por saber que vou poder cuidar do meu filho perto de casa”, o bebê dela, Diego Gonçalves Dantas Filho, possui 8 meses e passou por seu primeiro atendimento nesta segunda-feira.
A fissura labiopalatal é uma abertura na região do lábio ou palato, ocasionada pelo não fechamento dessas estruturas, que ocorre entre a quarta e a décima semana de gestação. O adjetivoleporinorefere-se à semelhança com o focinho fendido de um coelho. A fissura pode afetar o desenvolvimento da fala, gerar complicações pela ligação buco-nasal e interferir o no desenvolvimento social da criança, de acordo com Viviane "é um trabalho, também, de reintegração social”.
A mãe Raquel Ribeiro Ferreira, 33 anos, já é recebida pela equipe há muito tempo, hoje seu filho Werles Ferreira tem 11 anos, mas começou a ser atendido aos 3 e de lá para cá já fez três cirurgias. Graças ao trabalho filantrópico realizado "o desenvolvimento dele foi normal, uma criança como outra qualquer”, comentou ela que conta com o apoio da equipe há mais de 10 anos.
A união de forças é fundamental para a realização das cirurgias, que conta com uma equipe formada por cirurgião plástico, cirurgião dentista, anestesista, enfermeiros, técnicos em enfermagem; e, para o acompanhamento pós-cirúrgico, conta com profissionais como fonoaudiólogos e odontólogos (dentistas). O cirurgião plástico Eduardo Messias e a enfermeira voluntária Adelita Bonjadirm são alguns dos profissionais que participam da ação desde seu início, que também recebe o apoio da Casa de Apoio Centro Espírita Nosso Lar.