Olhe para você, menina. Está cansada!
Foram tantos murros em ponta de faca que não são apenas as suas mãos que estão machucadas. O seu coração dói. O seu corpo pede alguns minutos de trégua nessa luta.
Só quem realmente vive sabe o quanto é difícil lidar com essa sensação de que precisa partir… ou deixar ir. E fica tranquila, menina, é natural que alguma parte sua ainda queira manter por perto. Foram tantos momentos, não foram? Tantas trocas, tanto tempo investido. Você acreditou, deu tudo de si. E fez muito para que chegasse o mais próximo possível daquilo que você sonhou. As expectativas, os planos: todos estavam ali bem vivos, mas de alguma forma tão inalcançáveis.
De uma hora para outra o muro desabou. Todos os tijolinhos que carregava com tanto entusiasmo caíram aos seus pés. O seu castelo estava no chão; e você desabrigada. O sentimento é de que cada esforço não passou de uma grande perca de tempo.
Não deu para consertar tudo. E daqui eu vejo que você deu o máximo de si para que tivesse dado certo. Pois entenda, menina, que deu certo enquanto durou. Você se entregou da maneira mais bonita que conhecia. Fez o possível e impossível para que a realidade se alinhasse com suas expectativas.
Sim, lutou como uma verdadeira guerreira que é, mas está na hora de deixa-lo ir. Você quer ficar, mas no fundo entende que não consegue segurar um castelo apenas com as suas mãos. A guerra finalmente acabou. É a hora certa de partir ou talvez já tenha passado dela. Chegou aquele grande dia em que você precisa perceber que às vezes juntos não significa felizes.
Relacionamentos são vias de mão dupla e quando o outro lado não está mais lá, a insistência pode machucar cada vez mais. Não é fácil continuar dando tanto e receber em troca apenas as migalhas.
Veja tudo que você fez e use isso como combustível para se reerguer e continuar a caminhada. Olhe para si e sinta o alívio da certeza de que fez tudo que estava ao seu alcance e, principalmente, que nada disso foi em vão. Amou. Sorriu. Doeu. Mas aprendeu que você merece muito mais do que amar sozinha.
E quando a saudade apertar, lembre-se que um dia você conseguiu viver sem essa pessoa. A insistência pode ser só o medo de fechar a porta e abrir uma nova. No amor, a gente quer presença e reciprocidade. Mas também no amor a gente percebe que deixa-lo ir pode trazer mais sorrisos.