Foto: Registro/Maria Eduarda Xavier
Em meio a dias extremamente quentes e secos, o pôr do sol tem chamado atenção em várias cidades do país, exibindo cores intensas, como laranja e vermelho. No entanto, o espetáculo visual está diretamente relacionado à alta concentração de poluentes na atmosfera, resultado da onda de calor e do clima seco.
Segundo especialistas da Climatempo, a massa de ar seco e estável que vem predominando contribui para aprisionar as partículas de poluição nas camadas mais baixas da atmosfera. Esse bloqueio atmosférico, que prolonga as altas temperaturas e impede a entrada de frentes frias, intensifica a poluição, tornando o ar mais carregado e denso.
A interação da luz do sol com essas partículas suspensas no ar é o que modifica a coloração do céu. As partículas de poeira e poluentes dispersam as cores de menor comprimento de onda, como o azul, deixando em evidência os tons alaranjados e avermelhados no pôr do sol. Esse processo explica o porquê de as cores estarem mais vibrantes durante o entardecer.
Além do pôr do sol, a alta concentração de poluentes também afeta a aparência da Lua. Em noites de céu claro, a poluição pode fazer com que a Lua pareça mais avermelhada, especialmente quando está próxima ao horizonte, onde a densidade de partículas é maior. Esse efeito é acentuado pelo aumento de queimadas, que liberam ainda mais material particulado no ar.
Entretanto, o acúmulo de poluentes pode ter efeitos negativos. A visibilidade do nascer e do pôr do sol, assim como da própria Lua, pode ser prejudicada pela espessa camada de poluição, que diminui o brilho e a intensidade desses astros. O fenômeno, embora visualmente impressionante, é um alerta para a qualidade do ar e os impactos da poluição atmosférica.
Foto: Registro/Maria Eduarda Xavier