Alunos citam Paulo Freire em cartaz - Reprodução / RECORD TV
Crianças de 7 a 9 anos de uma escola particular de Belo Horizonte se mobilizaram para produzir cartazes em prol de uma demanda muito requisitada pelos alunos: mais tempo de recreio.
Os estudantes fizeram cartazes com os pedidos e a demanda foi levada para uma assembleia da Escola da Serra, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Eliane Dantas, representante do colégio, conta que a insatisfação surgiu no retorno presencial na pandemia, já que o tempo de descanso precisou ser dividido entre 15 minutos para o lanche e outros 15 de tempo livro no pátio, devido aos protocolos de covid-19.
Após uma uma de português sobre cartazes, a ideia surgiu e os alunos se mobilizaram. Eliane conta que essas reivindicações são comuns na escola e que a instituição reagiu bem ao protesto das crianças.
— A escola valoriza o tempo do recreio porque é um período de socialização das crianças, onde elas brincam livremente, sem que um adulto dirija a brincadeira. O tempo possibilita que as crianças lanchem com calma e tenham tempo de descanso.
Para a alegria dos "manifestantes", o pedido foi atendido.
— Se está coerente com a proposta pedagógica, a escola atende. Por exemplo, as crianças pediram uma casa na árvore e a instituição inaugurou há pouco tempo uma para elas. O nome da casa foi escolhido por votação. São exercícios democráticos.
Paulo Freire
Em um dos cartazes, um dos alunos citou o nome de Paulo Freire, educador e filósofo brasileiro do século XX. Na imagem, a criança desenhou o pensador que estaria saindo do túmulo para protestar por mais tempo de intervalo na instituição.
Eliane Dantas conta que, desde abril, as crianças têm aprendido sobre o educador, por ele ser uma referência para a escola em um modelo de educação verticalizado.
O protesto feito pelas crianças conseguiu aumentar o tempo de recreio. A escola determinou que cada sala tenha 15 minutos a mais no intervalo, em três dias na semana.