Caso foi acompanhado pelo Conselho Tutelar de Sarandi. — Foto: Alex Magosso/RPC
Um bebê de apenas um ano e dois meses foi deixado como “garantia” de pagamento de uma dívida de drogas em uma boca de fumo na cidade de Sarandi, no norte do Paraná. O caso veio à tona após os tios da criança resgatarem o menino e acionarem o Conselho Tutelar na última sexta-feira (16).
De acordo com o Conselho Tutelar local, a dívida dos pais do bebê era de aproximadamente R$ 150. Os tios, ao descobrirem que a criança estava no ponto de venda de drogas, foram até o local por conta própria para retirá-la, enfrentando resistência dos traficantes. Após várias tentativas, conseguiram retirar o bebê sem pagar a dívida.
Os tios também relataram que os pais da criança são usuários de drogas e vivem nas ruas de Sarandi. O casal ainda tem outros dois filhos, de 6 e 11 anos, que atualmente são cuidados pela avó materna.
“O valor da dívida era em torno de R$ 150. Infelizmente, situações envolvendo pais usuários que colocam seus filhos em risco são recorrentes e chegam com frequência ao Conselho Tutelar”, disse o conselheiro Valdir Costa.
Foi elaborado um termo de responsabilidade para que os tios fiquem com a guarda provisória do bebê. A Vara da Infância e do Adolescente já foi comunicada para dar início ao processo que definirá a guarda definitiva da criança.
A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) registrou o caso e abriu um inquérito para investigar o ocorrido. O delegado Adriano Garcia informou que pretende ouvir os tios para identificar os pais do bebê, que poderão responder por abandono de incapaz.
Além disso, a polícia também vai investigar possíveis crimes de sequestro, devido à resistência dos traficantes em devolver a criança, e tráfico de drogas.
“A coisificação do ser humano é um absurdo gerado pelo vício. Ver um bebê ser colocado como penhora por conta de uma dívida de drogas é algo chocante e lamentável”, declarou o delegado Adriano Garcia.
O caso serve como um alerta para a vulnerabilidade das crianças em ambientes marcados pelo abuso de substâncias e violência.