São Paulo, dezembro de 2022 - Responsável por cerca de 30% de todos os cânceres diagnosticados anualmente, o câncer de pele acomete mais de 180 mil brasileiros, estando entre os mais comuns do mundo, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Para aumentar a conscientização e promover os hábitos de proteção, o mês é marcado pela campanha Dezembro Laranja.
O tipo mais comum de câncer de pele é o carcinoma basocelular. A chance de acometimento de outros órgãos ou de ameaçar a vida é baixa. Os locais de comprometimento mais comum são as regiões do corpo que ficam mais expostas aos raios ultravioletas, como rosto, orelhas, pescoço e couro cabeludo (entre os calvos). Em segundo lugar, temos o carcinoma espinocelular: da mesma forma, os locais mais frequentes de comprometimento são as áreas expostas, ainda que possa surgir em outras regiões e algumas vezes é associado a úlceras crônicas de pele ou cicatrizes queimaduras.
O risco de disseminação é maior que no caso do basocelular, sobretudo para os gânglios próximos do tumor. “O carcinoma basocelular, normalmente, se apresenta como um nódulo elevado de aspecto brilhante e eventuais crostas. O espinocelular, por diversas vezes, se apresenta como um machucado persistente que não cicatriza. O ideal é uma avaliação de um especialista, porque há tumores de aspecto diferente do habitual. No final das contas, uma biópsia será essencial para o diagnóstico definitivo e o planejamento do tratamento”, afirma Dr. Rafael Schmerling, oncologista do Hcor.
O melanoma é menos frequente, porém mais agressivo. Ele tem origem nas células que dão cor à pele e se desenvolve superficialmente e pode surgir em áreas expostas ou não. Normalmente, se apresenta como uma pinta, porém, de aspecto diferente às demais. Uma regra básica para estar atento é a regra do ABCDE, em que A se refere a assimetria (ao traçar uma linha, não conseguimos dois lados iguais); B se refere às bordas que são irregulares; C, às cores (mais variadas no melanoma); D, ao diâmetro, maior que 5mm e; E, o mais importante, se refere a evolução ou à modificação do aspecto ou tamanho, com o passar do tempo.
“O ponto mais importante é a atenção ao próprio corpo. Lesões novas da pele, seja nódulo, ferida ou pinta, precisam de uma avaliação médica formal. Com o diagnóstico definitivo, pode-se planejar um tratamento que, se feito na fase precoce, tem ótima chance de cura. Se tardio, ainda assim, podemos tratar com bons resultados.”, explica o oncologista.
Como se proteger durante o verão?
Com as férias escolares chegando, a tendência é que as praias comecem a ficar cheias de turistas. A fim de ganhar uma marquinha de sol, muitas pessoas acabam deixando a proteção de lado e ficam expostas aos raios ultravioletas por muito tempo, o que preocupa, já que no verão os raios solares são bem mais fortes que nas outras épocas do ano.
“O risco de desenvolver um câncer de pele aumenta conforme a exposição ao sol. Evitar o sol entre as 9h00 e 17h00, ficar na sombra, se proteger com roupas, óculos de sol e protetor solar são as melhores formas de reduzir este risco. Ainda é importante estar atento ao uso adequado do protetor solar (FPS 50, no mínimo): a quantidade deve ser suficiente para cobrir todo o corpo e ainda, retocar a cada 2h, no máximo. Caso surja alguma lesão na pele, o indivíduo deve consultar um dermatologista o mais rápido possível para descartar qualquer hipótese de câncer”, finaliza o Dr. Schmerling.