Um caso comovente e de extrema brutalidade chocou moradores do interior de Minas Gerais no último sábado (19). Um bebê recém-nascido foi encontrado abandonado em um lote vago na cidade de Angelândia, no Vale do Jequitinhonha. A criança, ainda com vida, foi atacada por cães e teve os dois pés dilacerados.

Segundo informações da Polícia Militar, moradores que passavam pelo terreno perceberam algo estranho e, ao se aproximarem, encontraram o bebê ferido. Eles imediatamente acionaram a PM e iniciaram os primeiros socorros com apoio de uma equipe de saúde local. A criança foi levada para o hospital de Capelinha, mas, diante da gravidade do caso, precisou ser transferida de helicóptero pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.

Um vídeo publicado por um tenente da Polícia Militar nas redes sociais confirmou a gravidade da situação: o bebê estava sem os dois pés, que teriam sido devorados por cães enquanto ele estava exposto ao relento.

Após receber a denúncia, a polícia foi até uma residência vizinha ao terreno onde o bebê foi encontrado. Lá, em um dos quartos, os policiais localizaram uma adolescente com sinais claros de ter passado por um parto recente. O ambiente também apresentava indícios de que o parto havia ocorrido ali mesmo.

A adolescente foi encaminhada ao hospital para receber atendimento médico. Após a alta, ela, sua mãe e o padrasto foram conduzidos à delegacia para prestar esclarecimentos. As investigações agora buscam entender as circunstâncias do abandono e se houve participação ou omissão de outros envolvidos.

De acordo com o tenente responsável pelo caso, apesar da gravidade dos ferimentos, o hospital informou que o bebê não corre risco de vida.

A Polícia Civil segue com as investigações, tratando o caso como abandono de incapaz e tentativa de homicídio. O Conselho Tutelar foi acionado e acompanha de perto a evolução do caso e o estado de saúde da criança.

O episódio gerou forte comoção entre os moradores da cidade de cerca de 8 mil habitantes. “É uma cena que jamais vamos esquecer. Um bebê tão indefeso, deixado dessa forma…”, relatou uma moradora, emocionada.

O caso também reacende discussões sobre a necessidade de políticas públicas para acolhimento de gestantes em situação de vulnerabilidade, bem como alternativas seguras para entrega legal de bebês à adoção.