Autônomo de 61 anos, preso suspeito de estuprar a filha, em Vitória – Foto: Mayra Bandeira
O autônomo de 61 anos foi preso na manhã desta quarta-feira, 04 de julho, em casa, em um bairro da grande Vitória. Após 11 anos de violações e agreções, a jovem de 18 anos, venceu o meu e denunciou o pai pelas violências sexuais que havia sofrido dentro da própria casa.
Os estupros começaram quando a jovem tinha apenas 5 anos de idade e duraram até ela completar 16.
Em depoimento à polícia a jovem disse que desde a morte da mãe, com 11 anos, o pai a obrigou a dormir no quarto do casal com ele, que chegou a fazer vasectomia para não correr o risco de engravidá-la.
O pai ameaçava a jovem a manter silencio, alegando que faria o mesmo com seus irmãos de 10, 13 e 17 anos, caso ela contasse para alguém. “Ele dizia que se ela contasse para alguém o que acontecia, ia fazer o mesmo com os irmãos dela, ou até mesmo mataria as crianças”, explica Lorenzo Pazolini, Delegado da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
A vítima, que não é filha biológica do suspeito, procurou a polícia no dia 5 de maio deste ano, após tentar o suicídio. A jovem foi socorrida por uma vizinha e levada para o pronto Atendimento de São Pedro, onde recebeu atendimento médico e psicossocial, e foi orientada a denunciar a violência.
De acordo com o delegado, a mãe da jovem já estava gravida dela quando conheceu o suspeito. Os dois se casaram e ele registrou a menina em seu nome. “Ele justificava a violência dizendo que como a menina não era filha dele de sangue, poderia fazer o que fazia”, diz Lorenzo.
Além dos estupros, a vitima também era proibida de sair e tinha a vida controlada pelo suspeito. A jovem era proibida de falar com as pessoas. Quando ele via alguém se aproximar da filha na rua, a agredia ou cometia violência sexual como forma de puni-la.
Antes de denunciar os estupros, a vitima chegou a fugir e ir para casa de parentes. Porém, quando o suspeito descobriu onde a filha estava, foi atrás e a obrigou voltar. “Hoje , ela mora com uma amiga da igreja”, diz Lorenzo.
Marcas
Não bastasse a dor da violência, os anos de violação resultaram em traumas psicológicos que marcaram profundamente a jovem. “Ela começou a se automutilar e chegou ao extremo de tentar tirar a própria vida. A violência que essa menina sofreu é aterrorizante”, analisa Lorenzo.
Em entrevista o acusado também negou. “Jamais fiz isso, sempre a tratei com muito carinho. Só não deixava ela namorar, queria que ela estudasse. Ela inventou essa monstruosidade”.