O mercado de pets no Brasil vem crescendo ano a ano. Prova disso é o número de animais no país: segundo um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), temos a segunda maior população de cães do mundo, o que representa 52 milhões de animais. Entretanto, acredita-se que cerca de 10% desses pets estão abandonados. Em meio a esse cenário e a diversas campanhas de conscientização, o número de animais resgatados da rua tem aumentado. Mas, quais devem ser os primeiros passos ao resgatar um pet?
A primeira coisa a se fazer é avaliar o comportamento do animal e não forçar uma aproximação caso ele esteja assustado ou com medo. Verifique se o pet possui algum tipo de identificação. Se o tiver, o tutor anterior deve ser contatado. Caso não, leve-o o quanto antes a um médico veterinário de confiança, que fará uma avaliação mais completa do estado de saúde do animal. Se não for possível levá-lo imediatamente após o resgate, forneça alimento e água e observe se o pet tem algum tipo de trauma no corpo.
Segundo Marcio Barboza, gerente técnico Pet MSD Saúde Animal, em um primeiro momento o animal não deve ser integrado aos outros pets da casa, para evitar o contágio de doenças ou de parasitas externos, como pulgas e carrapatos, comuns em animais que vivem na rua. “É importante que o tutor tenha muito cuidado com a transmissão desses parasitas, já que podem passar uma série de doenças – inclusive aos humanos”, afirma o especialista.
Outro cuidado importante com esses animais se refere ao transporte até a sua casa ou ao veterinário. Como muitas vezes os cães e gatos de rua são vítimas de maus tratos, eles podem se mostrar ariscos e pouco amigáveis para entrar em um carro, por exemplo. Por isso, é importante que o seu tempo seja respeitado. Não o force e tente ganhar a sua confiança com a ajuda de petiscos. Se o animal estiver muito ferido, o melhor a fazer é contatar um especialista para avaliar a melhor forma de transportá-lo.
“Vale sempre ressaltar que é preciso ter responsabilidade com essa decisão, já que um pet requer atenção e cuidados por um longo período de tempo”, afirma o especialista, que complementa: “a adoção de um pet é realmente um ato de amor. Vejo que os animais resgatados têm muitas vezes um sentimento de gratidão com seus tutores”.
O veterinário listou mais alguns cuidados necessários para quem escolhe dar amor e um lar a um pet abandonado. Confira:
· Vacinas em dia: é importante alinhar com o veterinário o calendário de vacinação do animal, que deve ser protegido com todas as vacinas indicadas;
· Vermifugação: o veterinário deve indicar qual o melhor vermífugo a ser administrado no animal. “É importante que o pet seja vermifugado para evitar carências nutricionais e o desenvolvimento de problemas de saúde mais graves”, alerta o veterinário;
· Castração: se o animal estiver em bom estado de saúde, o indicado é que seja castrado para evitar crias indesejadas e ajudar no controle populacional. A castração é indicada mesmo nos casos em que há a intenção de doar o animal após o resgate;
· Proteção de longa duração: o combate a pulgas e carrapatos não deve ser feito apenas no momento do resgate, é um cuidado constante, que tem mais garantia de eficiência se for realizado com produtos de longa duração para evitar a transmissão de doenças. “Mesmo quando o animal não convive com outros pets, ele deve ser protegido de forma eficaz contra esses parasitas, já que eles podem permanecer no ambiente por meses por causa do seu longo ciclo de vida”, salienta Marcio;
· Cuidados com a alimentação: como os animais de rua estão habituados a comer alimentos não processados (restos de comida, por exemplo), eles podem estranhar uma alimentação totalmente à base de ração. O veterinário pode recomendar uma transição gradual em um primeiro momento;
· Banho: se o animal não for banhado pelo veterinário, confirme com o especialista quando pode fazê-lo e quais produtos usar. Isso porque alguns desses animais têm problemas dermatológicos, que exigem produtos específicos para o tratamento.