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Adeus à dengue? Brasil inaugura gigante biofábrica de "Mosquitos do Bem"

Por Neuza em 20/07/2025 às 11:47

Adeus à dengue? Brasil inaugura gigante biofábrica de

O Brasil deu um passo gigantesco na batalha contra a dengue, chikungunya e zika com a inauguração, neste sábado (19), da Wolbito do Brasil, a maior biofábrica do mundo especializada na criação do mosquito Aedes aegypti inoculado com a bactéria Wolbachia. A iniciativa é fruto de uma parceria estratégica entre o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o World Mosquito Program (WMP).

Com uma capacidade de produção impressionante de 100 milhões de ovos de mosquito por semana e uma equipe de 70 funcionários, a biofábrica atenderá, inicialmente, o Ministério da Saúde. O objetivo é fortalecer a implementação do método Wolbachia em municípios selecionados com base nos mapas de incidência das arboviroses, prometendo uma redução drástica na transmissão e, consequentemente, nos gastos com tratamentos.

Wolbachia: uma tecnologia inovadora e testada

O método Wolbachia tem sido testado no Brasil desde 2014, com liberações pioneiras nos bairros de Tubiacanga e Jurujuba, no Rio de Janeiro e em Niterói (RJ), respectivamente. Desde então, a tecnologia se expandiu para seis cidades: Londrina e Foz do Iguaçu (PR), Joinville (SC), Petrolina (PE), Belo Horizonte (MG) e Campo Grande (MS).

Atualmente, o método está em fase de implantação em Presidente Prudente (SP), Uberlândia (MG) e Natal (RN). Os próximos a receberem a tecnologia serão Balneário Camboriú e Blumenau (SC), além de novas áreas em Joinville (SC), Valparaíso de Goiás e Luziânia (GO), e a capital federal, Brasília. Segundo a Wolbito do Brasil, a fase de comunicação e engajamento da população nessas cidades está em andamento, com a liberação dos mosquitos prevista para o segundo semestre.

A biofábrica faz questão de frisar que o método não utiliza mosquitos transgênicos e é um complemento essencial aos métodos tradicionais de controle e aos cuidados básicos que a população deve manter para eliminar os criadouros do Aedes aegypti.

O Brasil na vanguarda da tecnologia

A inauguração da Wolbito do Brasil é um marco que posiciona o país na linha de frente global do combate às doenças transmitidas por mosquitos. O IBMP, sócio na biofábrica, foi criado por meio de uma parceria entre o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), ligado ao governo estadual, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que participou da inauguração, destacou a importância da iniciativa: “A inauguração dessa fábrica coloca o Brasil, por meio dessa associação da Fiocruz com o Tecpar, aqui no Paraná, na linha de frente dessa tecnologia para todo mundo”.

Como o método Wolbachia funciona

Presente em 14 países, o método Wolbachia consiste na liberação de mosquitos inoculados com a bactéria no ambiente. Esses mosquitos se reproduzem com a população local de Aedes aegypti, gerando descendentes que também são portadores da bactéria. Com a Wolbachia, os mosquitos têm menores chances de transmitir os vírus da dengue, chikungunya e zika para os humanos.

Cientistas estimam que a Wolbachia esteja presente em mais da metade dos insetos do mundo. Desde o início dos anos 2010, estudos têm demonstrado que é possível reproduzir Aedes aegypti infectados com espécies de Wolbachia que não ocorrem naturalmente no mosquito, de forma segura e eficaz. No Aedes, essas bactérias demonstram a capacidade de impedir a multiplicação de diversos arbovírus transmissíveis aos humanos, ao mesmo tempo em que conferem uma vantagem reprodutiva aos mosquitos portadores da bactéria sobre as populações não infectadas.

Segundo a Fiocruz, a expectativa é que para cada R$ 1 investido no método, o governo economize entre R$ 43,45 e R$ 549,13 em medicamentos, internações e tratamentos em geral, reforçando o potencial transformador dessa inovação na saúde pública brasileira.

Com a nova biofábrica em pleno funcionamento, o Brasil se consolida como um protagonista global na busca por soluções inovadoras para as arboviroses. Essa tecnologia representa uma esperança significativa para milhões de pessoas em todo o país.

Fonte: Bahiaextremosul

Tags:   bactéria Wolbachia Aedes Aegypti mosquito do bem
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