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8 mitos sobre o uso de métodos contraceptivos de longa duração

Médica esclarece dúvidas que podem afastar as mulheres de considerar os LARCS como opção

Por Neuza em 07/11/2023 às 11:59

8 mitos sobre o uso de métodos contraceptivos de longa duração

O uso do DIU de cobre impede uma possível fecundação - Foto: Shutterstock | JLco Julia Amaral 

Quando o assunto é a saúde reprodutiva e sexual das mulheres, os métodos contraceptivos exercem uma função chave. Para além de garantir a melhora do bem-estar próprio, a contracepção permite ampliar a autonomia e liberdade de escolha. Isto porque, com seu auxílio, é possível tomar decisão de ter filhos com mais controle.

Felizmente, existe uma boa diversidade de métodos contraceptivos disponíveis para uso, como os dispositivos intrauterinos (DIUs), injeções mensais e implantes hormonais. Entretanto, apesar desta variedade, uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos em parceria com a Ornagon, aponta que 53% das 600 mulheres entrevistadas no Brasil pensa primeiro nas pílulas orais quando o tema é contracepção.

Nesse sentido, o resultado da pesquisa evidencia a importância de aumentar a conscientização das mulheres sobre os métodos contraceptivos de longa duração (LARCs) - que abrangem o implante subdérmico de etonogestrel e os DIUs de cobre ou hormonal -, que se destacam por serem altamente eficazes e por proporcionar que as mulheres tomem decisões mais seguras e independentes em relação ao planejamento de suas vidas reprodutivas.

Para esclarecer alguns mitos sobre o tema, a Ana Derraik, ginecologista, obstetra, diretora médica da ONG Nosso Instituto e diretora médica da Derraik Mulher, lista os principais mitos que podem afastar as mulheres de considerar os LARCs como uma opção viável. Confira! 

1. Os métodos contraceptivos de longa duração são muito invasivos

Há uma crença errônea de que os LARCs são procedimentos invasivos e desconfortáveis. Na realidade, esses métodos são relativamente simples de inserir. Por exemplo, o implante de etonogestrel é um pequeno bastão colocado sob a pele do braço, sem a necessidade de manipulação do colo do útero.

"Para mulheres jovens, que estão querendo iniciar a vida sexual, o implante acaba sendo um grande aliado porque não há necessidade de manipular o colo uterino. Uma vez inserido, o implante tem efeito garantido por 3 anos. Vale lembrar que esses métodos também podem ser uma alternativa para aquelas mulheres que se esquecem de tomar a pílula diariamente", explica a profissional.   

2. Os contraceptivos de longa duração não são reversíveis

Ao contrário, os LARCs são totalmente reversíveis. "Tanto o implante de etonogestrel quanto o DIU de cobre e o DIU hormonal não são métodos de depósito e deixam de fazer efeito após serem retirados. A mulher retoma o ciclo menstrual ovulatório normalmente", explica a médica.

"Se, por acaso, a mulher não ovular após a retirada do método, isso pode acontecer devido a uma particularidade do organismo dela, e não pelo fato de ter usado o método durante aquele período. Nesse caso, é importante consultar um ginecologista para investigar de forma criteriosa", recomenda. 

3. DIU causa gestação tubária ou gravidez nas trompas

Outro mito é de que o DIU pode causar gravidez nas trompas, quando o embrião se implanta na trompa (também conhecida como tuba uterina) antes de chegar ao útero. "Alguns métodos como a pílula combinada, adesivo ou anel vaginal são opções que inibem a ovulação e, quando não há ovulação, não existe gravidez. Já o DIU não hormonal, e mesmo em alguns casos o DIU hormonal, não inibem a ovulação. Ele é um dispositivo que impede que os espermatozoides cheguem até as trompas onde acontece a fertilização", alerta a Dra. Ana Derraik. 

4. O implante melhora o padrão de sangramento

Algumas pessoas acreditam que o implante pode eliminar completamente a menstruação, mas isso não é uma regra. "O implante de etonogestrel é um contraceptivo e não um regulador de ciclo. Cada organismo reagirá de uma maneira; por isso, é importante sempre consultar um profissional de saúde capacitado para esclarecer todas as dúvidas quanto ao método escolhido", explica a médica. 

5. Apenas mulheres adultas podem utilizar esses métodos

Os LARCs são adequados para mulheres de todas as idades. "Esses métodos configuram o que há de mais inovador em contracepção. O implante de etonogestrel, por exemplo, pode ser utilizado por mulheres muito jovens, pessoas que nunca tiveram filhos ou nunca engravidaram e até mulheres que tiveram filhos há pouco tempo, sem causar grandes transtornos […]", explica a especialista.

6. Há risco de não conseguir engravidar depois que tirar o implante

O implante de etonogestrel não afeta a fertilidade após a remoção. "Ele só faz efeito enquanto está no braço. Tão logo seja retirado, o princípio ativo, que é a medicação que impede a gravidez, deixa de circular na corrente sanguínea e a fertilidade é restabelecida. Você até poderá ter dificuldade para engravidar, mas não por causa do uso do implante. O implante só evita gravidez enquanto está no corpo, depois que tira, acaba o efeito. Simples assim", afirma a Dra. Ana Derraik. 

7. Fico assustada de parar de menstruar com o uso do implante e isso ser gravidez

O implante de etonogestrel é o método mais seguro que existe no mundo. "A possibilidade de engravidar usando-o é de 0,05%. Não existe método 100% seguro. O implante é o que mais se aproxima disso. A gravidez deve ser descartada antes de inserir o implante. Depois que inserir o implante no seu braço, mesmo que você fique os 3 anos sem menstruar, a falta da menstruação é pelo efeito do hormônio que o implante libera no seu corpo e não por conta de gravidez", esclarece a médica. 

8. Se eu sangrar muito, o efeito do implante fica comprometido

A menstruação ficará alterada nas mulheres que usam implante. "Algumas param de menstruar, outras sangram raramente, outras sangram todo mês e ainda há aquelas que vão sangrar de forma contínua. Não importa como você sangra. A proteção contra gravidez está garantida independentemente do padrão de sangramento", finaliza a especialista.

Por Flávia Flores

Fonte: Portal EdiCase

Tags:   métodos contraceptivos
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