
No próximo dia 15 de dezembro, a partir das 16h, a Editora da UNEB (EDUNEB) promoverá o lançamento coletivo de 22 novas obras inéditas. A cerimônia acontecerá no Teatro UNEB, no Campus I, em Salvador, e contará com a presença dos autores.
As obras tratam de temáticas diversas, como filosofia, comunicação, formação de professores, práticas de gestão e história. Elas refletem um recorte da produção recente de pesquisadores e pesquisadoras – tanto internos quanto externos - nas áreas de ciências humanas, ciências sociais e letras.
Do total de livros do lançamento coletivo, 16 foram aprovados no Edital de nº024 /2024, dois são provenientes de fluxo contínuo do Selo Universalis e outros quatro foram aprovadas em Edital da Fapesb de nº005/2024. Os livros contemplados passaram também pela aprovação do Conselho Editorial da EDUNEB.
Destacamos entre as obras, uma de pesquisadora decana da Universidade que acaba de receber um prêmio na área de Comunicação e outra de pesquisador externo que investiga aspectos inéditos da historiografia baiana a partir da freguesia de Paripe, Subúrbio de Salvador.
Comunicação Afrodiaspórica
Dentre as obras que serão publicadas está "A Comunicação Afrodiaspórica Decolonial De Mulheres Negras Brasileiras Nas Redes Digitais" da professora do curso de Jornalismo em Multimeios, Ceres Santos.
A pesquisa apresenta a comunicação afrodiaspórica decolonial que vem sendo praticada por quatro entidades brasileiras de mulheres negras: Instituto Odara (BA) , Flores de Dan (BA), ONG Criola (RJ) e Associação das Mulheres Rendeiras de Petrolina (Pernambuco).

Adotando a Análise do Discurso e a aplicação do conceito de Estratégias Sensíveis, cunhada por Muniz Sodré, como categorias de análise, a obra alcança a dimensão de afetos presente nos conteúdos dessas quatro instituições - considerando que essa perspectiva emocional ainda não é alvo dos estudos de comunicação.
“A comunicação feita por mulheres negras tem especificidades, os meios de identificação e análises dessas comunicações também precisam ser diferenciados para que não se apaguem pegadas preciosas. Espero que o livro contribua para novas pesquisa para continuarmos aprofundando o impacto dessas singularidades no campo da Comunicação”, explica Ceres.
A nova obra de Ceres Santos chega ao público logo após a autora ter sido contemplada com o troféu Luiz Gama, como decana do ano, dentro da premiação nacional dentre os “Mais admirados jornalistas negro e negra da imprensa brasileira em 2025”.
Ceres Santos iniciou sua trajetória como comunicadora na Revista Tição, tendo sido uma das criadoras da secção do Movimento Negro Unificado no Rio Grande do Sul. Ao longo dos últimos 30 anos desenvolve projetos sociais, pesquisas acadêmicas e produz livros tratando do enfrentamento do racismo na mídia.
FREGUESIA DE PARIPE
Dentre os livros a serem lançados está também “A Escravidão no Subúrbio da Cidade do Salvador: identidade, trabalho e famílias negras na freguesia de Paripe, Bahia 1850-1882” do professor de história da rede municipal de Salvador Carlos Augusto Fiuza.
A obra investiga a escravidão colonial brasileira, no período entre 1850 e 1882, a partir de uma perspectiva ainda pouco explorada pela historiografia baiana: através do modo de vida dos trabalhadores e trabalhadoras na condição de escravizados da freguesia de Paripe, região suburbana da cidade do Salvador.
A freguesia de Paripe era formada por 5 engenhos e diversas fazendas e sítios que integravam o mundo do trabalho rural e açucareiro da época. Reunia naquele território relações sociais construídas a partir da luta pela liberdade e sobrevivência.
“Com foco nas experiências em que esses escravizados estiveram inseridos, identificamos, mediante um exame de corpus documental, as possíveis vítimas de tráfico após a lei de 1831 (Abolição), bem como relações que contribuíram para a formação de famílias negras no cativeiro da freguesia de Paripe”, explica o professor Carlos Augusto.
