Na noite desta sexta-feira, 15 de setembro, por volta das 18 horas, uma ocorrência peculiar desencadeou uma série de eventos extraordinários na pequena cidade de Alcobaça, na Bahia. Bianca Lima de Jesus, uma jovem mãe de apenas 16 anos, moradora do distrito de São José em Alcobaça, deu à luz a um bebê prematuro de aproximadamente 28 semanas em sua própria casa. O recém-nascido, com peso de apenas 1.138kg, apresentava desconforto respiratório agudo, exigindo cuidados intensivos especializados em neonatologia.
Neste momento crítico, a equipe médica da emergência do Hospital Municipal de Alcobaça mobilizou-se imediatamente para garantir a sobrevivência do bebê enquanto aguardava a liberação de uma vaga para atendimento especializado via Sistema Único de Regulação (SUREM).
Às 21:29h, a tão aguardada vaga foi finalmente liberada, direcionando o destino do pequeno lutador para a Maternidade Professor José Maria de Magalhães Neto, em Salvador. Mas essa jornada de vida estava longe de terminar.
A transferência para Salvador ocorreria por via aérea, graças à colaboração entre a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) local e o aeródromo do município do Prado. Às 11:45h deste sábado, 16 de setembro, o bebê prematuro, ainda frágil e vulnerável, decolou do aeródromo de Prado em direção à capital baiana.
Diante de uma situação tão extraordinária, surge a pergunta: O que fazer quando a equipe do SAMU chega trazendo como ocorrência um parto ocorrido em domicílio? A resposta a essa pergunta envolve uma série de procedimentos complexos e delicados. Inicialmente, a mãe, agora denominada puérpera, recebeu atendimento de rotina, garantindo sua saúde e bem-estar após o parto inesperado. Enquanto isso, a equipe médica concentrou-se nos cuidados essenciais para o recém-nascido prematuro.
Este não era um caso comum. O bebê, com apenas 1,138kg, era considerado um prematuro extremo, enfrentando desafios significativos em seus primeiros momentos de vida. A equipe médica precisou agir com extrema cautela, fornecendo suporte respiratório, monitorização constante e intervenções específicas para lidar com o desconforto respiratório.
No entanto, a jornada do bebê prematuro estava longe de terminar. A próxima etapa envolveu a burocracia da saúde, a busca por uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Infelizmente, a UTIN de Teixeira de Freitas estava lotada. Neste momento crucial, uma equipe dedicada e solidária entrou em cena, fornecendo todo o suporte necessário para a equipe do Hospital Municipal de Alcobaça. O SAMU desempenhou um papel fundamental, assegurando que os medicamentos e a alimentação necessários para o bebê prematuro fossem fornecidos pela UTIN de Teixeira de Freitas.
Ao longo de uma noite angustiante, pediatras, nutricionistas e farmacêuticos trabalharam incansavelmente em conjunto, dando apoio à equipe médica de Alcobaça. Foi uma demonstração de solidariedade e profissionalismo em prol da vida de um recém-nascido em situação de extrema vulnerabilidade.
Finalmente, a notícia que todos esperavam: uma vaga foi liberada na Maternidade Professor José Maria de Magalhães Neto, em Salvador. A jornada do bebê prematuro, iniciada em um parto inesperado em casa, prosseguiria com uma remoção aérea, graças à parceria crucial entre o SAMU e o aeródromo de Prado.
Esta história de superação e solidariedade destaca a importância de equipes de saúde dedicadas e de serviços de emergência ágeis e bem coordenados. Graças a esses esforços combinados, um bebê prematuro extremo teve a oportunidade de receber atendimento especializado em Salvador, abrindo perspectivas para a vida.