O clima político em Caravelas voltou a gerar polêmica após a decisão do prefeito Adauto Ronaldo Azevedo da Costa (Dr. Adauto) de retirar, de forma considerada truculenta por moradores, o comerciante João Roberto Oliveira da Silva, conhecido como Robertinho, de seu local de trabalho no Centro da cidade.
Documentos obtidos pela reportagem comprovam que Robertinho possuía um Termo de Cessão de Uso do Box 06, localizado na Praça 15 de Novembro (Seção 1, Centro de Caravelas), com inscrição imobiliária nº 01.1.012.0006.007, concedido oficialmente pela gestão anterior, do então prefeito Silvio Ramalho.
O contrato, assinado em 2021, estabelecia o prazo de cinco anos de vigência, podendo ser prorrogado, e dava ao comerciante o direito de ocupar e explorar comercialmente o espaço público.
Na Cláusula Terceira, constava ainda a obrigação do cessionário de arcar com despesas de energia elétrica, água, esgoto, impostos e manutenção do local – responsabilidades que, segundo relatos, Robertinho vinha cumprindo regularmente.
Apesar do termo estar vigente, a atual administração ignorou o documento e determinou a desocupação imediata do espaço.
Em vídeos divulgados nas redes sociais, Robertinho afirma que foi impedido até mesmo de retirar seus pertences comprados com o suor de anos de trabalho. O episódio gerou indignação popular e levantou questionamentos sobre os critérios adotados pelo prefeito para a retomada do box.
A justificativa oficial não foi apresentada de forma clara, mas comentários nos bastidores sugerem que a medida teria sido tomada para atender a interesses pessoais e políticos do gestor, destinando o espaço a outra pessoa ligada à sua base de apoio.
Para muitos moradores, a decisão representa abuso de poder e falta de sensibilidade social, já que Robertinho é reconhecido como trabalhador honesto e pai de família, que dependia do local para garantir o sustento do lar.
O caso expõe a fragilidade das políticas municipais de apoio ao pequeno comércio e levanta dúvidas sobre a segurança jurídica dos contratos firmados em Caravelas. A população agora aguarda uma resposta da Câmara de Vereadores e de órgãos fiscalizadores diante da denúncia de possível perseguição política e uso arbitrário da máquina pública.