
Imagem: divulgação
Os aventureiros e amantes do Fusca, os muriaeenses, Rodrigo Richardelli (profissional de internet e empresário), Rafael Estevam (sargento da Polícia Militar de Muriaé) e Amarildo Chaves (servidor da Vigilância Sanitária de Muriaé) começaram falando assim da mais recente viagem que durou uma semana, entre o interior mineiro e o litoral baiano pela rota histórica da antiga Estrada de Ferro Bahia–Minas (EFBM).
Algumas viagens não são feitas apenas para chegar ao destino, são feitas para honrar a história. E quando três Fuscas velhos entram em movimento guiados por pessoas que acreditam na simplicidade como forma de eternizar memórias, a estrada ganha outro significado.
A viagem contou ainda com a presença especial de Marcos André, amigo e participante convidado, que acompanhou toda a rota a bordo de seu Renault Duster, registrando e partilhando cada passo de mais essa jornada inesquecível.
Um projeto que coleciona conquistas e histórias: Desde 2022, o Fusca na Estrada vem escrevendo capítulos marcantes pelas estradas brasileiras. O trio já cumpriu integralmente as duas maiores rotas da Estrada Real (Caminho do Ouro e Caminho dos Diamantes), mostrando que coragem, simplicidade e amizade podem levar qualquer sonho adiante.
Mas desta vez, a missão era diferente. Não se tratava apenas de cumprir uma rota: tratava-se de reviver uma linha férrea que moldou a história do Vale do Mucuri e do Brasil, conectando o litoral da Bahia ao coração de Minas Gerais.
Com cerca de 500 km de extensão, a antiga EFBM saía de Ponta de Areia (Caravelas–BA) e seguia até Araçuaí (MG) no vale do Jequitinhonha, passando por diversas cidades, distritos e lugarejos onde o apito do trem era, por décadas, o som que guiava a vida das comunidades.
A ferrovia existiu entre 1881 e 1966, e mesmo após a retirada dos trilhos, sua memória permanece viva nos pontilhões, nas antigas estações transformadas em novos espaços, túneis, e sobretudo nas histórias guardadas por moradores e descendentes de ferroviários.
E foi exatamente por isso que o Fusca na Estrada decidiu refazer esse caminho: para registrar, homenagear e manter viva a história. Os três Fuscas seguiram por estradas de chão, ladeiras, sol forte, trechos fechados pela vegetação e caminhos que só existiam na lembrança dos moradores mais antigos.
A cada parada, uma nova descoberta. A cada quilômetro, a sensação de que o motor dos Fuscas ecoava algo do passado, como se o som simples e característico dos carros se misturasse ao apito distante da locomotiva que um dia circulou ali.
Houve poeira, perrengues, risadas, ajustes mecânicos feitos na beira da estrada, cafés compartilhados com moradores, pessoas simples e que compartilharam de histórias do passado e de suas vidas, que só surgem quando a viagem é feita sem pressa e com o coração aberto.
Os Fuscas também se tornaram abrigo, com adaptações internas que permitiram ao trio dormir dentro de cada um deles, sob o céu estrelado do interior, transformando cada noite em mais um capítulo de uma aventura que parecia saída de um livro.
A CHEGADA AO DESTINO FINAL
O ápice. A chegada ao destino final – Ponta de Areia, em Caravelas na Bahia: Depois de dias repletos de emoção, um dos momentos mais marcante da viagem finalmente aconteceu: a chegada a Ponta de Areia, em Caravelas, ponto inicial da ferrovia e local que inspirou Milton Nascimento e Fernando Brant na canção “Ponta de Areia”.
Ali, diante do local que celebra a EFBM, os três Fuscas e o Renault Duster do convidado Marcos André foram estacionados lado a lado, cobertos pela poeira mineira, mas brilhando com o orgulho de quem cumpriu uma missão histórica. Durante todo o percurso foram registradas em fotos cada estação, cada monumento histórico e no final a estação de Ponta de Areia que hoje funciona a rodoviária local e existe um enorme mural em homenagem a estrada e a canção de Milton Nascimento.
Para comemorar e descansar, os fuscas foram alinhados de frente para o mar em uma praia totalmente deserta de Ponta de Areia e ali passaram a noite acompanhados do silencio de pessoas e o barulho do mar.
E a história não terminou ali: Depois de cumprir a missão na rota Bahia–Minas, o grupo decidiu seguir até a Primeira Praia do Brasil (Barra do Cahy, litoral Sul da Bahia), local da chegada das caravelas de Cabral, um cenário perfeito para encerrar uma viagem dedicada inteiramente à memória brasileira.
Com isso, a Rota Bahia–Minas passa a fazer parte das grandes conquistas do Fusca na Estrada, ao lado dos caminhos da Estrada Real.
E o legado irá continuar em novas aventuras…
O projeto, idealizado pelos três amigos e levado adiante com a força, união e simplicidade, segue firme mostrando que as verdadeiras aventuras nascem da amizade, da curiosidade e do desejo de preservar histórias que o tempo insiste em apagar.
Porque quando a estrada encontra pessoas que viajam com propósito, nenhum trilho desaparece por completo. Ele apenas espera alguém ou alguns Fuscas que tenham coragem de percorrê-lo novamente.
Siga o perfil do projeto no Instagram e conheça todas as aventuras: www.instagram.com/fuscanaestradabr
