Noventa e oito tartaruguinhas seguiram pelas águas do Oceano Atlântico nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, dia 23 de janeiro, após soltura realizada na praia da Barra, em Alcobaça. Um fênomeno que atraiu turistas, veranistas e moradores da cidade para ver de perto esses animais em seu primeiro contato com o mar.
A temporada reprodutiva das tartarugas, período em que as fêmeas chegam nas praias para desovar, ocorre de setembro à março, com maior incidência nos meses de outubro à dezembro.
Soltura de tartarugas marinhas na Praia da Barra, em Alcobaça
Neste período, as entidades de proteção ambiental [em Alcobaça, o ICMBio/Tamar e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente] organizam a soltura de filhotes, frequentemente acompanhada de perto por crianças e adultos.
De acordo com o oceanógrafo e analista ambiental do ICMBio, Marcelo Lourenço, “momentos assim contribuem com ações de aproximação e sensibilização do público para a preservação das tartarugas, sendo uma grande oportunidade de informar e orientar as pessoas sobre os cuidados necessários para evitar impactos sobre os filhotes”, argumentou.
Local cedido para a proteção dos ovos recolhidos nas praias de Alcobaça
A soltura desses animais, no entanto, é apenas a parte final de um trabalho realizado à várias mãos para garantir o novo ciclo de crescimento, reprodução e continuidade da espécie, ameaçada de extinção. Depois de recolhidos, os ovos tem sido mantidos em ninhos construídos dentro de uma área da Fazenda de uma empresa local. O oceanógrafo e responsável por essa fazenda, Marcelo Lacerda, explica que “essa iniciativa inclui muita sustentabilidade e preservação ambiental, com o objetivo de proteger os ovos e mantê-los em local seguro até que ocorra a eclosão [nascimento] dos filhotes, em condições ideais para a sobrevivência do maior número possível desses animais marinhos”.
A Secretária de Meio de Alcobaça, Daiane Mafra, destaca que “esse trabalho só tem sido possível devido ao apoio e a parceria da empresa, incentivando a atuação de uma equipe formada por técnicos e especialistas ambientais em ações de conscientização e proteção das áreas de desova, recolhimento dos ovos de ninhadas na praia e preservação dos filhotes até que nasçam e se lancem ao mar”, disse.