A destinação dos resíduos sólidos é um dos grandes debates da sociedade atual que cada vez consome mais produtos e gera, inevitavelmente, mais lixo. Garantir o descarte adequado e a preservação do meio ambiente foi um desafio aceito e vencido pelo governo municipal de Teixeira de Freitas. Ao lado de ações como a construção do sistema de esgotamento sanitário e da limpeza urbana coordenada, o aterro sanitário torna a cidade um exemplo em todo o extremo sul baiano.
Atualmente, Teixeira de Freitas é a única cidade da região que cumpre a Lei 12 305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, quanto as normas de aterro sanitário. A cidade produz, diariamente, cerca de 120 toneladas de lixo, que vem sendo adequadamente descartados há cerca de dois anos, quando foi iniciada a regularização do funcionamento do aterro. O descarte correto desses resíduos é, além de uma questão ambiental, uma questão de saúde pública, já que a coleta e destinação correta deste produto beneficia os moradores de hoje e contribui para a construção de uma cidade mais consciente e limpa para o futuro.
O depoimento do funcionário Aguiomar Pinheiro de Carvalho, que trabalha há mais de 10 anos no aterro, é enfático "se você entrasse aqui antes de 2013, antes dessa gestão, ia ver que o cheiro era insuportável, não tinha máquinas e muito menos equipamentos de proteção individual”. No ano de 1999, através do governo do estado, foi construída a primeira célula do Aterro Sanitário com vida útil estimada em cerca de 20 anos. Contudo, alguns anos marcaram negativamente o local, que havia se descaracterizado e se assemelhado a um lixão, situação revertida graças ao trabalho adequado desenvolvido, como pode ser comprovado na afirmação de Aguiomar.
O Governo Municipal desde o início da gestão do prefeito João Bosco tem coordenado suas ações com a meta de "cuidar das pessoas”, conforme afirmação recorrente do próprio prefeito. A lógica em relação ao lixo também é essa. "O lixo é algo inevitável e o seu descarte sempre vai afetar o meio ambiente. Nossa meta aqui é minimizar esses impactos, é descarta-lo da maneira menos degradante possível, protegendo as pessoas e o meio ambiente”, comentou o secretário municipal de Serviços Extraordinários Cláudio Guaraná.
Dados (2013, Ministério do Meio Ambiente) demonstram que a grande maioria dos municípios brasileiros, cerca de 3 mil, ainda possuem os lixões como saída para o descarte dos resíduos sólidos. Na Bahia, o número é ainda mais assustador, somente cerca de 35 municípios possuem aterro sanitário (2011, Secretaria de Desenvolvimento Urbano). Teixeira de Freitas faz parte da parcela que cuida do Meio Ambiente.
O trabalho no aterro sanitário é constante. Os utensílios coletores de lixo (caminhões/caçambas), quando cheios, encaminham-se para o aterro e, antes de descarregar, são pesados. O descarte do lixo é feito, então, na "célula” – local específico, dotado de infraestrutura que permite sua decomposição e vazão de dois subprodutos advindos desse processo: o chorume e o gás metano.
A célula é composta, basicamente, por uma cobertura impermeável e pelos sistemas de drenagem do chorume e dos gases. A camada impermeável impede que o solo e o lençol freático sejam poluídos pelos milhares de toneladas de lixo que recebe, a cada mês, durante toda a sua vida útil. O lixo descartado é compactado, recoberto por uma camada de terra e novamente compactado – aos poucos, a célula que é feita em uma depressão (buraco) vai formando uma montanha, até o final de sua vida útil (cerca de 20 anos), quando será gramado. O chorume, por sua vez, quando drenado do lixo passa por um processo de tratamento e decantação em duas fases, em sistemas denominados lagoas anaeróbias. Esses processos, juntos, protegem e preservam o meio ambiente.