Após três dias de buscas, Letícia Sousa Curado, de 26 anos, foi encontrada morta ontem dentro de uma manilha às margens da DF 250, no Km 20, em Planaltina.
A jovem advogada é A 17ª vítima de feminicídio neste ano no Distrito Federal. O corpo foi encontrado por volta das 15h após Marinésio dos Santos Olinto, de 41 anos, ter confessado o crime e indicado o local onde o corpo foi desovado.
Na delegacia, o homem confessou também a autoria de outro assassinato: Genir Pereira de Sousa, 47 anos, encontrada morta também em um matagal, no dia 12 de junho, entre Planaltina e Paranoá.
De acordo com o delegado-titular da 31ª DP, Fabrício Augusto Borges, no início da noite de ontem outras três mulheres, supostas vítimas do cozinheiro, procuraram a polícia para reconhecer o agressor. A corporação já o trata como um assassino em série.
Por volta das 7h40min da manhã de sexta-feira, Letícia esperava, em uma parada de ônibus de Arapoangas, Planaltina, o transporte público que a levaria ao trabalho. Precisava sair o quanto antes para o serviço no Ministério da Educação (MEC), na Esplanada dos Ministérios.
No anseio de ir logo para o Plano Piloto, estava disposta a conseguir um transporte pirata como alternativa para o ônibus. Na posse de apenas R$ 5,00 que pegara emprestado com o marido, Kaio Fonseca, 25 anos, os minutos corriam depressa.
Uma chance então apareceu, personificada na figura de Marinésio, cozinheiro recém-contratado em um restaurante na Asa Norte. Em um carro prata, modelo Chevrolet Blazer, o homem já havia visto a servidora na parada e fez o retorno logo à frente a fim de oferecer carona para a mulher, que também fazia o curso de pós-graduação na Escola Superior do Ministério Público.
Em frente à parada em Arapoangas, Planaltina, os dois trocaram palavras por cerca de 15 ou 20 segundos. A oferta de transporte era tudo que Letícia precisava ouvir. Voltou à parada para pegar um fichário de organização e entrou no carro. Não deu mais notícias a partir de então. Duas horas depois, o cozinheiro se encontrava numa chácara da irmã, no Vale do Amanhecer.
Segundo informações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Letícia foi estrangulada após rejeitar investidas durante a carona dada pelo assassino.
O sequestrador e assassino confesso foi encontrado pelos policiais na tarde de sábado, após ser identificado por câmeras de segurança, e levado preso, preventivamente, à 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina) na madrugada de domingo.