Moradores de Rancho Alegre, ou seria Rancho Triste, (triste, não pelos moradores, que mesmo com tanta dificuldade enfrentada no dia a dia ainda conserva o sorriso no rosto e a simplicidade só encontrada em pessoas do interior) no município de Caravelas, vive uma situação caótica na administração Jadson Ruas.

O governo do Estado liberou verbas para a construção da EMBASA, até ai tudo bem, o problema é que até agora nenhuma gora d’água da Embasa chegou ás torneiras dos moradores, mas este não é o único problema enfrentado pela população.

Reservatório da Embasa cheio

Estivemos na comunidade na manhã desta quinta feira (03), e assim que chegamos encontramos o Sr. Almiro Pires, 78 anos, com uma picareta nas mãos tentando fazer uma ligação de água para sua residência que fica situada á Rua Bom Sossego, próximo ao reservatório da Embasa. Segundo o Sr. Almiro e sua esposa Justina, a água que cai na torneira vem de um gato feito no poço artesiano e quando a bomba quebra acontece de eles ficarem até três dias sem água.

Casal de idosos cavando em frente a casa

Aqui nada temos nem água, nem saúde, o prefeito aqui não vem, só deve aparecer na época da política para pedir votos, disse a dona Izabel de 78 anos, vivendo há 55 anos na mesma rua. Dona Izabel também reclamou da rua, que o prefeito mandou passar a máquina e espalhou pedregulhos por todo lado "isso é um absurdo, a poeira toma conta da rua, as pedras estão espalhadas e a gente corre o risco de tropeçar em uma e cair” reclamou dona Izabel.

pedras deixadas em frente a creche

A falta d’água atinge também a saúde, o Posto de Saúde está parado há uma semana por falta d’água. A dona de casa Rutiléia, moradora da Rua Bom Sossego, está com um bebê de dois meses, e segundo ela, a vacina está atrasada por conta do Posto de Saúde fechado. Quando perguntamos o que fazer numa emergência todas foram unanimes em dizer "vamos para Teixeira de Freitas”.

Pedras em frente ao Posto de saúde colocando em risco a vida das pessoas

Os problemas não param por ai, conversamos com Adelino. Motorista da ambulância, e segundo ele, o prefeito cortou uma parte do salário da categoria. Adelino nos contou que eles são concursados para trabalhar 160 horas por mês, mas trabalha 240 horas, e por isso eles recebiam um complemento de salário pelas 80 horas trabalhadas a mais, eles não recebem nem hora extra nem adicional noturno, mesmo assim o prefeito Jadson Ruas cortou o complemento de salário dos motoristas.

Cartaz fixado no Posto de Saude

As reclamações de Adelino continuam "não temos um local de repouso, nem um local para a gente se alimentar, Adelino mora em Teixeira de Freitas, o Posto tá fechado, não tem médico, o que aumenta as viagens para o hospital de Teixeira com uma ambulância que não tem manutenção há mais de 20 mil quilômetros, não tem girofólio, não tem sirene, os pneus estão carecas e o que é pior, o freio está na pastilha, o que põe em risco a minha vida e do paciente” disse o motorista.

Obra no fundo do Posto de Saúde fechado por falta d'água

Para se ter uma ideia, quando é preciso transportar um paciente, o motorista faz o trabalho sozinho, porque não tem enfermeira ou acompanhante para o doente, mesmo que seja uma parturiente. Outra denuncia grave é quanto ao acidente com a ambulância de Rancho Alegre que matou o motorista na BR 101, segundo Adelino, logo após o acidente a ambulância sumiu sem fazer perícia "e não adianta levar o carro na oficina que presta serviço para a prefeitura, porque quando a gente chega lá, eles dizem que não vão atender porque a prefeitura não paga, enquanto isso a gente vive correndo riscos na estrada para tentar salvar a vida dos outros”, disse o motorista.